ATA DA QÜINQUAGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA
TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM
21-6-2007.
Aos vinte e um dias do mês de junho do ano de dois
mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a
Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi
realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli
Sell, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Clênia Maranhão, Dr. Raul,
Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz
Braz, Márcio Bins Ely, Maria Celeste e Sofia Cavedon. Constatada a existência de
quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni,
Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Elias
Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, José Ismael Heinen, Marcelo Danéris,
Margarete Moraes, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela
Meneghetti, Nereu D'Avila, Newton Braga Rosa, Nilo Santos, Professor Garcia,
Sebastião Melo e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Carlos
Comassetto, o Projeto de Lei do Legislativo nº 096/07 (Processo nº 2987/07);
pelo Vereador Haroldo de Souza, o Projeto de Lei do Legislativo nº 093/07
(Processo nº 2973/07); pelo Vereador José Ismael Heinen, o Pedido de Informação
nº 094/07 (Processo nº 4013/07); pela Vereadora Maria Celeste, o Projeto de Lei
do Legislativo nº 099/07 (Processo nº 3125/07). Na ocasião, foram apregoados os
Memorandos nºs 160, 164, 165 e 168/07, firmados pela Vereadora Maria
Celeste, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio dos quais Sua
Excelência informa as Representações Externas deste Legislativo, da Vereadora
Neuza Canabarro: no dia de hoje, às quatorze horas, no Grande Expediente em
homenagem ao ex-Governador Leonel Brizola, na Assembléia Legislativa do Estado
do Rio Grande do Sul; às dezessete horas, na solenidade de posse dos novos
dirigentes do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no Plenário desse
Tribunal; às dezenove horas, no coquetel em comemoração ao aniversário de Sua
Majestade a Rainha Elisabeth II, no British Club; e amanhã, na 7ª Edição do
Selo “Aqui se Pratica Prevenção”, às dezessete horas, no Centro de Convenções
da Federação das
Indústrias do Rio Grande do Sul - FIERGS. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 11101, 13735, 13926,
13970, 14696 e 15027/07, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Após, a Senhora Presidenta
concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Pedro Ribeiro, associado do
Sindicato dos Municipários de Porto Alegre – SIMPA –, que discorreu sobre os
problemas gerenciais e financeiros que resultaram na interdição ética realizada
pelo Conselho Regional de Medicina – CREMERS – no Pronto Atendimento Cruzeiro
do Sul. Nesse sentido, enfocou políticas de pessoal seguidas nessa Unidade de
Saúde e solicitou o apoio para que seja agilizada a reforma do local e para que
seja mantida, durante essa reforma, a assistência médica de urgência ali
oferecida à população. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os
Vereadores Carlos Todeschini, Dr. Raul, José Ismael Heinen e João Antonio Dib
manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão reportou-se ao pronunciamento
hoje efetuado pelo Senhor Pedro Ribeiro, em Tribuna Popular, lembrando que os
problemas do Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul têm sua origem em gestões
anteriores à do Prefeito José Fogaça. Ainda, esclareceu aspectos jurídicos do
fechamento desse espaço, após ter sido considerado pelo Conselho Regional de
Medicina como ambiente inadequado para prestação de serviços médicos. A seguir,
a Vereadora Sofia Cavedon formulou Requerimento verbal para que este Legislativo
solicite informações ao Prefeito Municipal quanto à decisão da Desembargadora
Federal Maria Lúcia Luz Leiria, que determina a manutenção dos atendimentos de
extrema urgência no Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul, bem como quanto à
ocorrência ou não de óbitos no local, após a suspensão desses atendimentos,
tendo a Senhora Presidenta determinado que esse Requerimento fosse formalizado
por escrito. Às quatorze horas e quarenta e seis minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e sete
minutos, constatada a existência de
quórum. Em prosseguimento, foi
iniciado o GRANDE EXPEDIENTE, tendo a Senhora Presidenta informado que, durante
esse período, seria realizada solenidade destinada a assinalar o Dia Mundial do
Refugiado. Compuseram a Mesa: a Vereadora Maria Celeste, Presidenta da Câmara
Municipal de Porto Alegre; a Senhora Margarida Fawke, representando o Alto
Comissariado das Nações Unidas para Refugiados – ACNUR –; a Senhora Magbi
Amparo Medida. Ainda, a Senhora Presidenta registrou as presenças, neste
Plenário, do Senhor Jaime Leyes Dias, refugiado, do Senhor Cristiano Muller,
representando o Centro pelo Direito a Moradia contra Despejos, e do Padre
Joaquim Filippin, representando o Centro Ítalo-Brasileiro de Assistência aos
Imigrantes. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Carlos Todeschini registrou o
transcurso, ontem, do Dia do Refugiado, abordando ações do ACNUR para
Refugiados na busca de meios para garantir proteção e assistência às pessoas
vítimas de perseguição e intolerância. Também, atentou para o crescimento no
número de pessoas foragidas de seus países de origem, fenômeno ocorrido após
dois mil e seis, resultante, principalmente, do quadro de violência verificado
no Iraque. A Vereadora Clênia Maranhão avaliou a Lei Brasileira de Proteção aos
Refugiados, analisando a formação cultural e étnica do País e destacando a
importância da inserção legal do conceito de refúgio como direito universal
básico para a sobrevivência, liberdade e dignidade do ser humano. Da mesma
forma, asseverou a necessidade de avanços no processo civilizatório, para que a
solidariedade não se restrinja a limites geográficos, mas integre a caminhada
pela paz e pelo respeito à diversidade. A seguir, a Senhora Presidenta concedeu a
palavra à Senhora Margarida Fawke, que destacou a importância do registro hoje efetuado
pela Câmara Municipal de Porto Alegre, relativamente ao transcurso do Dia
Mundial do Refugiado. Após, foi
iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar o transcurso do
Dia do Químico, do qüinquagésimo aniversário do Conselho Regional de Química do
Estado do Rio Grande do Sul e do septuagésimo aniversário da Associação
Brasileira de Química – Regional Rio Grande do Sul, nos termos do Requerimento nº
044/07 (Processo nº 2157/07), de autoria do Vereador João Antonio Dib.
Compuseram a Mesa: a Vereadora Maria Celeste, Presidenta da Câmara Municipal de
Porto Alegre; a Senhora Elenita Ribas Gonçalves, Presidenta da Associação
Brasileira de Química – Regional Rio Grande do Sul –; o Senhor Mauro Ibias
Costa, Vice-Presidente do Sindicato dos Químicos; o Engenheiro Químico Ricardo
Noll, representando o Conselho Regional de Química; o Senhor Jonior Wurmb,
representando o Sindicato das Indústrias Químicas no Estado do Rio Grande do
Sul. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Antonio Dib citou o surgimento da
ciência química, no século XVII, a partir de experiências voltadas à alquimia,
atentando para a ligação intrínseca existente entre conhecimento químico e
evolução tecnológica. Ainda, relatou sua experiência pessoal com profissionais
que atuam nessa área, frisando que o estudo das diferentes substâncias que
compõem a natureza viabiliza o uso adequado desses elementos e garante melhores
condições de vida ao homem. A seguir, a Senhora Presidenta concedeu a palavra à
Senhora Elenita Ribas, que, em nome do Conselho Regional de Química, agradeceu
a homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze
horas e quarenta e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às quinze horas e quarenta e oito minutos, constatada a
existência de quórum. Em prosseguimento, foi apregoado Requerimento de autoria
da Vereadora Maristela Maffei, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no dia
de hoje, tendo a Senhora Presidenta declarado empossado na vereança o Suplente
Mauro Pinheiro, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Educação,
Cultura, Esporte e Juventude. Na ocasião, foi apregoada Declaração firmada pelo
Vereador Adeli Sell, Líder da Bancada do PT, informando o impedimento do
Suplente Gerson Almeida em assumir a vereança no dia de hoje, em substituição à
Vereadora Maristela Maffei. Após, o Senhor Presidente registrou o transcurso do
aniversário, hoje, do Vereador Adeli Sell, procedendo à entrega, em nome da
Mesa Diretora, de um cartão de felicitações a Sua Excelência. Em COMUNICAÇÕES,
o Vereador Professor Garcia abordou Medidas Provisórias editadas pelo
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que concederam reajuste de salário e
criaram vagas para Cargos em Comissão, declarando que essa decisão resultou em
políticas salariais diferenciadas entre as categorias do funcionalismo público
federal. Além disso, traçou comparativo entre essa situação e aquelas
defendidas pela Bancada do PT em relação aos funcionários de Porto Alegre. O Vereador Elói Guimarães discorreu
acerca da proposta de realização de uma reforma política no Brasil, afirmando
que essa medida, por sua importância e influência em outras áreas, deve ser
priorizada. Em relação ao assunto, mostrou-se favorável ao sistema de votação
em listas para candidatos a cargos parlamentares, considerando a adoção dessa
norma indispensável para que o financiamento público das campanhas eleitorais
seja efetivado. O Vereador Márcio Bins Ely registrou o transcurso, hoje, do
terceiro aniversário do falecimento de Leonel de Moura Brizola, sublinhando a
relevância desse político para a História Brasileira e para o Partido
Democrático Trabalhista e destacando pontos marcantes de sua trajetória
política, como o período em que ele esteve exilado e seus esforços pela
valorização da educação. Além disso, apresentou dados relativos à participação
do PDT nos cenários políticos municipal, estadual e nacional. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Vereador Nereu D’Avila discursou acerca do legado de Leonel de Moura
Brizola para a política gaúcha e brasileira, enaltecendo suas qualidades éticas
e seu empenho no desenvolvimento da educação. Nesse sentido, sublinhou a
construção de milhares de escolas públicas durante seu mandato como Governador
do Estado e a criação de escolas de turno integral quando governava o Rio de
Janeiro. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Bernardino Vendruscolo apresentou dados
relativos ao aumento da arrecadação, em Porto Alegre, do Imposto sobre a
transmissão “inter-vivos” – ITBI –, sustentando que esse fato se deve à
criação, nesta Casa, de alternativa de parcelamento desse tributo. Também,
propugnou pelo apoio dos Senhores Vereadores ao Projeto de Lei do Legislativo
nº 037/06, que disciplina o uso de caçambas estacionárias e contêineres nas
vias públicas. A Vereadora Sofia Cavedon desaprovou a condução, pelo Governo
Municipal, da revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de
Porto Alegre – PDDUA –, argumentando que, nesse processo, não está sendo
observado o cumprimento da legislação específica. Ainda, ressaltou a
necessidade de que os Senhores Vereadores, quando da análise do tema, tenham em
mente que a proposta enviada a esta Casa pode não contemplar integralmente os
anseios da população. O Vereador Alceu Brasinha cobrou do Governo Estadual a
conclusão das obras de ampliação da Avenida Baltazar de Oliveira Garcia,
atentando para os transtornos causados à população e proprietários de
estabelecimentos comerciais dessa região. Em relação ao assunto, propugnou pelo
apoio dos Senhores Vereadores, no sentido de se mobilizar a comunidade da Zona
Norte a pressionar o Governo Estadual pela liberação dos recursos necessários à
conclusão desse empreendimento. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maria
Luiza referiu-se à realização do VI Encontro Internacional do Terceiro Setor,
enfatizando a relevância das ações desempenhadas pelas organizações
não-governamentais para a resolução dos problemas sociais e anunciando que,
durante esse encontro, será constituído o Conselho Nacional Permanente do
Terceiro Setor. Também, mostrou-se favorável à apuração, por parte do Poder
Judiciário, de irregularidades envolvendo desvio de dinheiro público. O
Vereador José Ismael Heinen noticiou a realização do 1º Fórum Estadual de
Habitação Social, a ser realizado hoje e amanhã na Cidade. Nesse contexto,
defendeu o sistema cooperativista para a
construção de moradias, mencionando as dificuldades enfrentadas pelas camadas
menos favorecidas da população para a obtenção de crédito bancário destinado a
adquirir a casa própria e aludindo à tramitação, na Câmara dos Deputados, de
propostas elaboradas pelo Democratas para minimizar esse déficit no Brasil. Em
PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 095/07; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos
009/07, discutido pelos Vereadores Adeli Sell e Elias Vidal, 046/07, discutido
pelo Vereador Adeli Sell, 052 e 072/07, este discutido pelo Vereador José
Ismael Heinen; em 3ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 058/07, discutido pelos
Vereadores João Antonio Dib e Maria Celeste. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Adeli Sell criticou o Executivo Municipal, apontando deficiências na
realização de obras em vias públicas e avaliando que a Prefeitura não planejou
adequadamente a execução do Conduto Forçado Álvaro Chaves. Da mesma forma,
aludiu a irregularidades em processos de licitação e na contratação de
estagiários pela Companhia de
Processamento de Dados do Município de Porto Alegre. Finalizando,
abordou problemas relativos à saúde pública de Porto Alegre, questionando a
situação de diversos Centros de Saúde. O Vereador João Antonio Dib debateu a
diminuição do recesso parlamentar, historiando a tramitação, neste Legislativo,
dos Projetos de Emenda à Lei Orgânica nos 049/81 e 002/01, que
tratam desse tema. Em relação ao assunto, discutiu o Projeto de Emenda à Lei
Orgânica no 002/06 e suas Emendas, ponderando que essas proposições
apresentam falhas. Também, opinou que a redução no número de Vereadores de
Porto Alegre poderia ser reduzido sem diminuir a eficiência dos trabalhos desta Casa. O
Vereador Luiz Braz criticou as políticas salariais do Executivo Federal,
contestando o reajuste nos salários dos cargos comissionados na administração
pública dessa esfera e lembrando que outros setores não receberam o mesmo
tratamento. Sobre o tema, afirmou que esse acréscimo foi concedido para
aumentar as contribuições partidárias desses funcionários, asseverando que essa
medida tem como objetivo o crescimento da arrecadação do Partido dos
Trabalhadores e, desta forma, saldar as dívidas dessa legenda. A seguir,
constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Na ocasião, a Senhora Presidenta informou
que, por deliberação da Mesa Diretora com o Colégio de Líderes, foi alterada a
ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em Discussão
Geral, 1ª Sessão, esteve o Projeto de Resolução nº 082/05, o qual, após ser
discutido pelos Vereadores Nereu D'Avila, Guilherme Barbosa, Clênia Maranhão,
João Antonio Dib, Marcelo Danéris, Márcio Bins Ely e Adeli Sell, teve sua
discussão suspensa, em face da inexistência de quórum. Às dezoito horas e vinte
e um minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou
encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão
Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelas Vereadoras Maria Celeste, Maristela Meneghetti e Margarete
Moraes e pelo Vereador Aldacir Oliboni e secretariados pelo Vereador João
Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 2º Secretário, determinei fosse
lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo
Senhor 1º Secretário e pela Senhora Presidenta.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Passamos à
O Sr. Pedro Ribeiro, representando o Simpa, está
com a palavra, para tratar de assunto relativo ao fechamento do Pronto
Atendimento Cruzeiro do Sul, pelo tempo regimental de 10 minutos.
O SR. PEDRO RIBEIRO: Boa-tarde a
todos e a todas, meu nome é Pedro Ribeiro, sou Coordenador do Conselho
Distrital de Saúde Glória/Cruzeiro/Cristal e também Assistente Social lotado na
Secretaria Municipal de Saúde, no Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul.
Eu estou aqui representando também, na minha
fala, a Srª Elizabete Freitas, que aqui se encontra também; é usuária e
Coordenadora do Conselho Gestor do Centro de Saúde dos Comerciários. Também
represento todos os trabalhadores daquele local e a comunidade - que hoje se encontra
discutindo junto com os trabalhadores para buscar soluções para o que nós
podemos denominar de crise do Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul.
Eu gostaria de fazer a cronologia do que hoje a
gente está discutindo na Cidade; isso tem um início. O Centro de Saúde Vila dos
Comerciários, que se encontra ali na Vila Cruzeiro, é um Centro muito grande,
complexo, e, do ponto de vista gerencial, tem uma exigência também muito
grande. No início da atual Gestão Administrativa da Cidade, o Centro de Saúde
Vila dos Comerciários ficou cinco meses sem Direção, ou seja, um equipamento
daquela complexidade ficou ao léu em termos gerenciais. Durante esse período,
esses cinco meses, um trabalhador assumiu a Gerência Distrital, iniciando um
processo de perseguição política que, felizmente, veio à tona, inclusive com
envolvimento de membros desta Casa; e se conseguiu dar um fim àquilo.
Após cinco meses, assumiu um Diretor, que, antes
de lá chegar, estava dizendo que ia desmanchar o Centro de Saúde, e começou a
promover diversas transferências de trabalhadores para outros equipamentos.
O controle social da Região, junto com o
Conselho Municipal de Saúde, emitiu uma resolução determinando a proibição da
transferência dos recursos humanos e determinando que fosse feito um levantamento
da situação dos recursos humanos daquele Centro de Saúde, para que as decisões
gerenciais tivessem guarida e informações adequadas. Esse levantamento até hoje
não foi cumprido, apesar da interferência, contribuição e exigência do controle
social da Região e do Município.
Ainda, durante esse período, foi realizada uma
Audiência Pública que pretendia dar conta da situação dos recursos humanos, dos
equipamentos fechados, inclusive equipamentos que davam conta da atenção à
saúde mental e que ajudaram, contribuíram para que a crise, hoje, da saúde
mental, na Cidade, esteja como está.
Também, durante esse período, o Ministério
Público fez um Termo de Ajuste de Conduta com a Prefeitura, que também não foi
cumprido, e que hoje está sendo objeto de ações na Justiça.
Houve uma remessa de dinheiro no Ministério da
Saúde para efetuar reformas em todo o prédio. O dinheiro não pôde ser
aproveitado, porque a Prefeitura Municipal de Porto Alegre alegou que não havia
profissionais de engenharia e arquitetura para fazer um projeto para uma
reforma. O dinheiro foi relocado para outro equipamento e também não conseguiu
ser aproveitado plenamente.
Tivemos amplamente noticiada na imprensa a
superlotação das salas de observação na área pediátrica, na área adulta, e o que
mais teve visibilidade foi o Serviço de Emergência em Saúde Mental, que, como
todos nós sabemos, é o único da Cidade.
Durante esse período, nada foi feito, e esse é
um dos motivos alegados pelo Cremers para interditar o exercício profissional.
Foram realizadas diversas plenárias com pauta
única, tanto no Conselho Distrital de Saúde, como no Conselho Municipal de
Saúde. O controle social da região, diversas vezes, levou suas demandas e
sugestões para que os problemas fossem solucionados, inclusive sugestões que
não acarretariam ônus para o Município, e a situação continuou da mesma forma.
Recentemente, ficamos sabendo que há dinheiro,
quase 200 mil reais depositados na conta da Prefeitura, para obras no Centro de
Saúde Vila dos Comerciários, que também não foi utilizado.
Tivemos, ainda, recentemente, o que determinou a
atual crise, a interdição pelo Conselho Regional de Medicina do exercício da
Medicina no Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul, o que acarretou, na Justiça, o
acolhimento em parte das alegações, mas foi determinado que as situações de
emergência continuassem sendo atendidas, inclusive claramente dizendo que
competia aos médicos determinar o que seria emergência ou não, e isso não foi
cumprido.
Fomos surpreendidos com a determinação do
Prefeito Municipal para o fechamento do Posto, alegando a necessidade de obras,
e se entendeu que esse ato seria para dar guarida ao movimento da categoria
médica no sentido de não atender naquele local.
Solicitamos que o Conselho Municipal de Saúde,
através dos Coordenadores Distritais, juntamente com membros da comunidade e
trabalhadores da área da construção civil, fizessem uma avaliação das obras e
respondessem se seria necessário fechar o Posto para a realização dessas obras.
A reposta, nós que trabalhamos lá, já tínhamos: o documento - que é um
documento oficial do Conselho Municipal de Saúde - diz que não haveria
necessidade de fechamento do Posto.
Temos ainda o exemplo de diversos outros
equipamentos de Saúde da Cidade que estão em obras há anos, inclusive outro
Pronto Atendimento do Município, sem fechamento, o que entendemos que
caracteriza uma anuência da Administração pública em relação à posição do
Conselho Regional de Medicina em não atender uma população que beira os 500 mil
habitantes: os daquela Região e do Extremo Sul, onde temos vazios de recursos
para atendimento.
Além disso, hoje temos uma discussão na
Prefeitura que é amplamente divulgada na imprensa e nos meios de comunicação da
Prefeitura, de que, terminadas as obras, tudo volta ao normal. Quem lê o
Processo vê que a justificativa do Conselho Regional de Medicina pouco ou quase
nada tem a ver com obras.
Há outros reclames que não são somente da classe
médica; são de todos nós trabalhadores e comunidade, e não estão sendo
discutidos e em nenhum momento estão sendo comentados nem levados à discussão
dos fóruns adequados, seja nesta Casa, seja nos fóruns do controle social local
e municipal.
Temos problemas com regulação de leitos e temos
receio que a Secretaria Municipal de Saúde assuma o gerenciamento pleno da
Saúde na Cidade e regule todos os leitos da Cidade. Então, mesmo que estejam
concluídas as obras, o problema de superlotação, se isso não for atendido, deve
continuar.
Há problemas de gestão local no Centro de Saúde
e há problema de gerenciamento por parte do gestor da Saúde Municipal. Ontem,
em entrevista com o Secretário Municipal de Saúde, Pedro Gus, representantes
dos trabalhadores e da comunidade encaminharam um documento levantando todos
esses pontos, e, inclusive, solicitando que se reúnam todas as partes
interessadas, as instituições de representação da classe médica que têm
demonstrado tanto poder para que, junto com o controle social, possamos
encontrar soluções viáveis e mais permanentes para o problema. Era isso o que
tínhamos para trazer a esta Casa. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada, Sr.
Pedro Ribeiro. Convido-o para compor a Mesa.
O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra, nos
termos do artigo 206 do Regimento.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Quero
cumprimentar a Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; o Sr. Pedro Ribeiro, neste
ato com delegação do Simpa, usando a Tribuna Popular, bem como a Srª Elizabete
Freitas, a Bete, do Controle Social. Também estou falando aqui em nome da minha
Bancada, do nosso Líder - Ver. Adeli Sell -, Verª Sofia, Ver. Oliboni, Ver.
Marcelo Danéris, Ver. Guilherme Barbosa, Verª Margarete Moraes e Ver.
Comassetto. Bem, esta novela do PACS já tem um determinado tempo, muito bem
lembrado aqui pelo Sr. Pedro Ribeiro, que usou a tribuna, quando, no início
desta gestão, nós tivemos já uma série de atos autoritários, reipersecutórios
feitos à época pelo Gerente Distrital, Sr. Pessoa de Brum, e foi graças ao
vazamento de uma denúncia muito grave, aqui desta tribuna, que essa diretoria
toda caiu e foi substituída. Ao longo do ano passado, tivemos várias audiências
aqui para tratar dos assuntos do PACS, inclusive com a presença do Sr.
Pedro, na Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana
e na Comissão de Saúde e Meio Ambiente; e neste ano isso se repetiu com o Ver.
Comassetto, que preside a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e
Segurança Urbana e nós também participamos, como membros, junto com a Comissão
de Saúde e Meio Ambiente, representados pelo Ver. Oliboni. No entanto, mesmo
com todos os alertas, mesmo com toda a discussão, mesmo com todos os
encaminhamentos, o Governo não foi atento, responsável e não foi sensível para
evitar problemas maiores que acabaram acontecendo. Pois bem, todos fomos
surpreendidos pela aceitação, por parte do Sr. Prefeito, de uma ação movida e
de uma pressão do Sindicato Médico e do Cremers que pediram o fechamento do
Posto e que foi aceito pelo Prefeito, para nossa surpresa. Então, tínhamos
combinado, aqui nas Comissões, Ver. Comassetto, que não seria feito nenhum ato,
não seria tomada nenhuma atitude sem dialogar com os funcionários e com o
controle social. No entanto, essa atitude foi tomada na calada da noite pelo
Sr. Prefeito em conjunto apenas com o Sindicato Médico, deixando todos “a ver
navios”, a população sem atendimento, sem assistência e os funcionários sem ter
para aonde ir e o que fazer.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O tempo,
Vereador.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Para concluir,
Verª Maria Celeste, nossa Presidenta; há um conjunto de serviços que podem ser
estendidos à população e que precisam imediatamente de reversão. Por exemplo: o
setor de raio-x não tem por que parar; o setor de curativos; o setor de
material e esterilização; o serviço de nutrição; o serviço de odontologia - os
16 dentistas estão lá trabalhando plenamente; o serviço de telefonia; o serviço
de atendimento pediátrico e ambulatorial na área em que se desenvolve o
programa de asma; a permanência das ambulâncias no PACS, na frente do Centro de
Saúde - já que houve um óbito por ausência de ambulância; designar as
ambulâncias do SAMU ao PACS, conforme divulgação e conforme foi dito na
imprensa pela comunidade; não conceder licenças-prêmio antecipadas, somente as
prorrogadas e a permanência dos funcionários em todos os turnos de trabalho, conforme escala de rotina; porque essa é a vontade da
grande maioria, o desejo e a disposição dos funcionários que querem o bem da
Cidade. Obrigada pela tolerância, Presidenta. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste): A Verª Clênia Maranhão está com
a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO: Srª Presidenta; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; eu queria saudar, aqui, os representantes
do Sindicato; queria saudar os meus colegas profissionais de Saúde, que aqui
acompanham este debate tão importante para a cidade de Porto Alegre; eu queria
saudar a Bete, e, em nome dela, todas as lideranças que têm dado uma
contribuição fundamental à manutenção do PAM-3. Eu queria a atenção de V. Exas, primeiro, para corrigir algumas inverdades que aqui foram colocadas, e
a maioria dos Vereadores que acompanharam o trabalho, inclusive desta Casa,
junto a PAM-3, sabe disso. A Comissão de Saúde, presidida pelo Ver. Dr. Raul,
acompanhou - todo o tempo – esse processo. A Presidente desta Casa, Verª Maria
Celeste, acompanhou pessoalmente, juntamente com os Vereadores e Vereadoras que
têm vinculação com a área da Saúde ou que trabalham na área comunitária desta
Cidade. Portanto, nós sabemos todos os passos desse processo.
A grande maioria dos
dados aqui fornecidos são absolutamente verídicos; alguns deles eu acho que
precisam ser muito melhor esclarecidos. Eu quero dizer aos Vereadores mais
recentes que há oito anos eu presidi, pela última vez, a Comissão de Saúde
desta Casa. Naquele momento, o Secretário de Saúde era o Dr. Motta, houve uma
tentativa de interdição porque chovia dentro do Posto; havia inclusive salas
completamente cobertas de mofo. Isso é trágico, isso é triste, mas,
infelizmente, essa é a realidade desse equipamento tão importante da Cidade de
Porto Alegre. O Ver. Guilherme Barbosa já era Vereador nessa época e acompanhou
essa questão.
Eu queria dizer que a
Prefeitura de Porto Alegre, através da Secretaria Municipal de Saúde,
representada pela Procuradoria Jurídica do Município, tem adotado todas as
medidas jurídicas e administrativas possíveis para evitar o fechamento do pronto
atendimento do Posto da Cruzeiro do Sul, Bem como demonstra o Mandado de
Segurança impetrado pela municipalidade perante a Justiça Federal, que, num
primeiro momento, suspendeu a interdição ética imposta pelo Cremers ao pronto
atendimento do Posto da Cruzeiro do Sul. Eu, inclusive, tenho, aqui, cópia dos
documentos aos Vereadores e Vereadoras que assim desejarem ler ou, então, é só
acessar o site da Justiça.
Eu queria lembrar, também, que a crise se aguça
com a apresentação do Relatório de Vistoria feito pelo Cremers, no final de
maio, considerando inadequado o ambiente ao atendimento médico. Eu queria
também lembrar às senhoras e aos senhores Vereadores que a média de atendimento
estimada pela Secretaria de Saúde é de 600 pessoas; e a maioria das pessoas
atendidas naquele Posto são da parcela mais pobre da população, que não tem
acesso ao serviço de saúde privada e nem conveniado, e muitos dos quais não são
atendidos sequer pelos hospitais públicos da nossa Cidade. Essa é uma trágica
realidade que tem de ser enfrentada por esta Casa, pela municipalidade e pela
Cidade, com seriedade e compromisso com a Saúde pública desta Cidade, deste
Estado e deste País.
Eu queria dizer que a Secretaria da Saúde enviou
um Projeto, ao contrário do que foi afirmado aqui, ao Ministério da Saúde,
solicitando os recursos na ordem de 6 milhões de reais. Esse processo já está
em Brasília, é uma solicitação de recursos para o QualiSUS. Se os Vereadores
não sabem disso, acessem também a página do Ministério da Saúde.
Eu queria também retomar todo o esforço que
vários Vereadores fizeram, alguns não estavam lá, e por isso não sabem, nas
diversas reuniões que fizemos, inclusive com a presença do próprio Prefeito
José Fogaça, com a representação da comunidade, dos profissionais de saúde, não
apenas os médicos, mas os demais profissionais da saúde que estavam lutando
para que o Posto continuasse aberto.
Eu queria ainda dizer que o grupo de trabalho
formado para enfrentar essa questão avalia as reformas em aproximadamente cem
mil reais, já liberados, e já estão fazendo as primeiras obras que, neste momento,
estão em andamento.
Por último, Srª Presidente, eu queria dizer que
a Justiça Federal manteve a interdição ética imposta pelo Sindicato, imposta
pelo Cremers.
Para os Vereadores que não sabem, nós somos
obrigados a aceitar uma decisão da Justiça, concordando ou não. E o que a
Prefeitura tem feito - com muita competência - é, através de sua Procuradoria
Jurídica, procurar reverter essa situação. E quero dizer que os médicos foram
cientificados dessa decisão da Justiça individualmente. Não é a posição da
Prefeitura, mas a posição da Justiça. A Prefeitura cientificou individualmente
os médicos no sentido de que eles voltassem a trabalhar e garantissem o
atendimento da emergência. Evidentemente que qualquer governo responsável não
vai abrir uma unidade de saúde sem o atendimento dos profissionais de saúde,
médicos, porque nós temos que ter os profissionais de saúde das demais áreas,
mas enquanto nós não conseguirmos reverter isso, não poderemos reabrir o Posto.
Nós estamos fazendo - através de uma comissão de emergência criada para
agilizar a solução desse problema - todos os esforços para seguir o
atendimento, mas não é possível neste momento, porque não há atendimento
médico.
Então, o que nós queremos aqui é a solidariedade
de todas as pessoas para que possamos reverter esse quadro e reabrir o Posto,
porque, evidentemente, a comunidade atingida por essa paralisação não é a de
nenhum de nós que estamos aqui; é exatamente a população mais pobre, é aquela
população que está sendo vitimada com doenças. Inclusive, esses pacientes,
muitas vezes, quando chegam aos hospitais, na própria portaria do hospital, são
encaminhados àquele Posto de Saúde.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Dr.
Raul está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. DR. RAUL: Boa-tarde a
todos, Verª Maria Celeste, Senhor Pedro Ribeiro - associado do Simpa. Nós, como
Comissão de Saúde, temos acompanhado desde o início essa situação do
PACS, digo desde o início, pois esse é um problema crônico de muitos anos na
nossa Cidade, mas temos fiscalizado e exigido soluções para os problemas do
PACS, sempre que somos solicitados, enfim, sempre que lá estamos, e aqui
trabalhamos o tempo todo nesse assunto. Achamos que, infelizmente, as soluções
não têm aquela aceleração necessária em virtude também desses problemas
judiciais. Porque a nossa preocupação maior - o atendimento da saúde pública da
comunidade -, neste momento, está deficiente de uma maneira praticamente total
naquela instituição. E vemos que, na realidade, nós precisamos muito abreviar
esse processo, abreviar esse entendimento no Sindicato, no Conselho de
Medicina, na comunidade, na Secretaria, porque, em última análise, quem está
sofrendo são aquelas pessoas, aquelas mais de 600 pessoas que são atendidas
diariamente pelo Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul. A Comissão de Saúde está
aqui, sempre no sentido de abreviar esse processo, quando for instada, ou mesmo
que não seja, para tentar resolver essa questão. Esperamos que as obras, pelo
menos as obras emergenciais para que possa ser restabelecido o atendimento,
sejam concluídas na maior brevidade possível. Somos parceiros e vamos fazer com
que o atendimento seja resgatado o mais breve possível, com uma melhor condição
de atendimento para a população e também com maior facilitação para que os
médicos e profissionais que lá trabalham exerçam sua atividade de maneira
digna.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. José
Ismael Heinen está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Sr. Pedro Ribeiro, associado do Simpa, quero,
em nome do Democratas, trazer a nossa solidariedade quanto a esse problema
pontual e que afeta todos nós. Quero dizer também que esse é um problema das
últimas décadas no Brasil. Não é só em Porto Alegre; são hospitais que estão-se
esfacelando pelo Brasil afora. O que eu sempre tenho dito - e ontem trouxe
estampado na minha camiseta o que acho ser o problema -, é que foi instituído
um imposto neste País para salvarmos a Saúde: o CPMF. Trinta e cinco bilhões de
reais/ano para a Saúde, dos quais menos da metade dessa quantia é repassada;
quer dizer, com 17 bilhões de reais, com certeza, não teríamos o problema do
PACS, nem de Cachoeirinha, Viamão, ou seja o lugar que for. O que temos que
fazer é batermos pé para trazermos os recursos que foram aprovados para a
Saúde. Isso também é uma luta pertinente a todos nós. Nossa solidariedade, e
conte conosco. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta,
Verª Maria Celeste; meu caro Pedro Ribeiro, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, eu sou engenheiro e uma obra não se deteriora de um momento
para outro. Passaram 16 anos sem os cuidados necessários. O Simpa esteve no meu
gabinete reclamando do mau atendimento dos servidores do Posto. Realmente, ele
está em condições difíceis. Está sendo recuperado; muita coisa já foi feita, já
está pronta, já está funcionando, e até início de julho estará tudo pronto. E
ainda mais, o Governo Municipal pretende ampliar a área, porque sempre há
necessidade de ter mais espaço. Não se pode fazer
de um momento trágico - e é um momento trágico -, um momento para
aproveitamento político. Acho que se em 16 anos não foi feito nada para manter
em condições aquele Posto, em dois anos e meio não se poderia recuperar tudo;
mas agora, felizmente, com o apoio de todos, da Comissão de Saúde, da
Presidenta da Câmara que levou uma Comissão de Vereadores lá, a coisa começa a
funcionar. Algumas coisas já foram recuperadas, já estão funcionando
normalmente. O DEP esteve lá, o DMAE esteve lá, a SMOV esteve lá, obras estão
sendo feitas, e acho que comentar sobre assuntos desse padrão não é nada
construtivo. Quero que seja construído mais naquele Posto. Meu filho, médico
inclusive, trabalhou lá, e, portanto, eu conheço bastante como funcionava o
Posto e como está funcionando hoje. Espero que ele tenha excelentes condições,
porque a população merece, e os servidores que lá estão também merecem. Saúde e
PAZ!
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste): Encerramos a Tribuna Popular,
agradecendo a participação do Sr. Pedro Ribeiro, representando todos os
senhores e senhoras que estão aqui pelo Simpa e também pela Comissão de
Usuários do PAM-3.
A SRA. SOFIA CAVEDON
(Requerimento): Requeiro que esta Casa solicite
ao Sr. Prefeito informações sobre o cumprimento da decisão da Desembargadora
Federal Maria Lúcia Luz Leiria, que diante da solicitação de interdição total
ou de extensão da Liminar inicial, que se pronuncia contrária e determina a
manutenção dos atendimentos de extrema urgência, inclusive indica que o Termo
de Ajustamento de Conduta firmado com Município não estaria sendo cumprido.
Peço que a Casa solicite ao Sr. Prefeito sua posição em relação a esta
determinação legal. Ainda solicito, se possível, que o Pedro informasse - ou
que a Presidência buscasse a informação - se houve óbito no local neste
período.
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste): Acatado o Requerimento.
Solicitamos à Verª Sofia Cavedon que o encaminhe por escrito. Suspendemos a
Sessão para as despedidas.
(Suspendem-se os
trabalhos às 14h46min.)
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste – às 14h47min): Estão reabertos os
trabalhos das presente Sessão.
Passamos ao
A SRA
PRESIDENTA (Maria Celeste): Hoje, este período é
destinado a assinalar o Dia Mundial do Refugiado, nos termos do Requerimento nº
072/07, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, Processo nº 3643/07.
Convidamos para
compor a Mesa a Srª Margarida Fawke, representante do Alto Comissariado das
Nações Unidas para Refugiados; a Srª Magbi Amparo Medida, representante dos
Refugiados. Prestigiam também esta homenagem o Sr. Cristiano Müller,
representante do Centro pelo Direito à Moradia contra Despejos; o Sr. Jaime
Leyes Dias, refugiado, e o Sr. Padre Joaquim Filippin, representante do Centro
Ítalo-Brasileiro de Assistência aos Imigrantes.
O Ver. Carlos
Todeschini, proponente desta homenagem, está com a palavra em Grande
Expediente, por cedência do Ver. Marcelo Danéris.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Exma Srª Presidenta
da Câmara Municipal de Porto Alegre, Verª Maria Celeste; Srª Margarida Fawke, representante
do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados; Srª Magbi Amparo
Medida, representante dos Refugiados. Cumprimento, também, o Padre Joaquim
Filippin, do CIBAI Migrações, envolvido e dedicado à causa dos imigrantes, dos
refugiados, mas, sobretudo, de todas as pessoas que sofrem em função de
problemas dessa natureza, Senhoras Vereadoras e Senhores Vereadores, demais
presentes, senhoras representantes da imprensa, senhoras e senhores.
Ontem, nós tivemos a passagem, a marca do Dia
dos Refugiados, porque o Alto Comissariado da ONU para Refugiados – ACNUR - foi
criado em 1950 para garantir a proteção e a assistência às pessoas vítimas de
perseguição da violência e da intolerância. A base fundamental do seu trabalho
é assegurar o respeito e o reconhecimento dos direitos humanos básicos dos
refugiados, incluindo a possibilidade de solicitar refúgio e garantir que
ninguém seja devolvido involuntariamente a um país, onde há razão para se
acreditar que sua vida corre perigo.
O ACNUR é uma das principais agências
humanitárias do mundo e recebeu o Prêmio Nobel da Paz por duas vezes: em 1954 e
1981, como reconhecimento pelo seu trabalho.
Segundo a Convenção de 1951, relativa ao
Estatuto do Refugiado, um refugiado ou uma refugiada é toda pessoa que, devido
aos fundados temores de ser perseguida por motivos de raça, religião,
nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas, se encontra fora de seu país de nacionalidade e não pode ou não quer
valer-se da proteção de tal país. Outros instrumentos internacionais também
incluem pessoas que fogem de seu país ameaçadas pela violência generalizada,
agressão estrangeira ou conflitos internos, conforme a Lei Brasileira nº 9.474,
de 1977, a Lei do Refúgio.
O número de refugiados
no mundo aumentou em 2006, pela primeira vez, em cinco anos, em grande parte
como conseqüência da crise no Iraque, afirmou hoje o Alto Comissariado das
Nações Unidas para Refugiados, o ACNUR.
Em seu relatório sobre
as “Tendências Mundiais em 2006”, divulgado hoje, em Genebra, a agência das
Nações Unidas aponta que o número de refugiados que estão cobertos por seu
mandato chegou a 10 milhões; total mais alto desde 2002.
Também houve um forte
aumento em outras categorias de pessoas compreendidas em diferentes aspectos da
missão do ACNUR, o que a agência atribui não apenas ao aumento do número de
pessoas, mas à melhoria de seu sistema de registro e às estatísticas mais
precisas.
Enquanto aumenta no
mundo o número de pessoas tiradas de seus locais pela perseguição, intolerância
e violência, nós temos que enfrentar os desafios e as exigências de um mundo em
transformação, declarou o Alto Comissário, o português Antônio Guterres.
Segundo o relatório do
ACNUR, a alta do número de refugiados deve-se em grande medida à situação de
violência no Iraque, que, até o final de 2006, havia forçado um milhão e meio
de pessoas a fugirem para outros países da região, principalmente a Síria e a
Jordânia. E, nesse particular, o Brasil está por receber entre 100 e 120
refugiados palestinos que não tiveram cidadania no Iraque, que não tiveram
cidadania em Bagdá, que continuam sendo palestinos, e que virão para o Brasil,
aceitos pelo nosso Governo como refugiados.
As estatísticas do
organismo indicam que, no ano passado, o maior grupo de refugiados, sob o seu
mandato, foi formado por afegãos, que totalizam 2,1 milhões de pessoas. Foram
seguidos por iraquianos, com um milhão e meio; por sudaneses, com 686
mil; somalis com 460 mil e refugiados originários da República Democrática do
Congo e de Burundi, com cerca de 400 mil pessoas cada.
Os números do ACNUR não incluem os 4,3 milhões
de refugiados palestinos na Jordânia, no Líbano, na Síria e nos próprios
territórios palestinos ligados ao mandato da agência da ONU para Refugiados
Palestinos (UNRWA). O número total de refugiados dependentes das entidades
supera os 14 milhões. O ACNUR lembrou também que assiste há vários anos a
deslocados internos de seus próprios países.
O Alto
Comissariado das Nações Unidas para refugiados e seus parceiros no Brasil
promovem a partir de hoje, em todo País, diferentes eventos para celebrar o Dia
Mundial do Refugiado, comemorado oficialmente no dia 20 de junho. A data foi
adotada pela Assembléia Geral da ONU em 2000, para reafirmar os acordos
internacionais de proteção aos refugiados e aumentar a conscientização da
sociedade sobre a problemática dos homens e mulheres deslocados por guerras e
conflitos armados ou perseguidos por vários motivos.
O deslocamento humano representa um dos maiores
problemas da humanidade, aproximadamente, 40 milhões de pessoas encontram-se
deslocadas devido aos conflitos de violência, perseguições, degradações
ambientais ou desastres naturais, e este número continua a crescer. Assim,
torna-se cada vez mais essencial e urgente o comprometimento da comunidade internacional
em discutir e desenvolver soluções efetivas para esta questão.
Pois vejam, senhoras e senhores, colegas
Vereadores, pessoas que nos acompanham, entidades que nos prestigiam: são 40
milhões de pessoas que estão nessa categoria, desde refugiados culturais,
políticos, de opinião, por várias outras motivações, e, por último, também os
refugiados ambientais que passam também a ser uma ameaça, em número cada vez
maior, pois estamos também ofendendo, de maneira gravíssima, o Planeta.
O Brasil, felizmente, é um país que tem
dado... Pelo menos, se ainda não há as respostas adequadas em nível de Estado,
a sociedade brasileira tem sido uma sociedade tolerante, uma sociedade
acolhedora para pessoas que aqui buscam amparo, abrigo e uma terra para viver.
Aqui poderiam ser inúmeros os casos de migrações. Nós, em maioria, somos
descendentes de imigrantes que vieram a este País, mas, nós temos inúmeros
outros casos recentes. Eu sei que aqui nós temos várias pessoas - não é Padre
Joaquim? - da Colômbia, que foram absolutamente bem-acolhidas pela comunidade
gaúcha, que estão fazendo daqui um novo lar.
Esse registro que fizemos hoje vem no
sentido de sensibilizar e tornar esse, sim, um problema presente, atual e
significativo, que requer a sensibilização de todos os Governos para a causa
que necessita de uma conscientização da sociedade, porque nós estamos, cada vez
mais, globalizados e estamos, cada vez mais, tendo que ter a necessidade, a
compreensão e a possibilidade do bom acolhimento dos irmãos que, porventura, nasceram
em outras terras.
Obrigado pela presença de todos, um
abraço e parabéns ao ACNUR pelo belo trabalho representado aqui hoje. Obrigado.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Clênia
Maranhão está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver.
Luiz Braz.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Exma Srª Presidente
da Câmara Municipal de Porto Alegre, Verª Maria Celeste; queria saudar a Srª
Margarida Fawke, representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para
Refugiados; queria saudar e dizer que é um prazer receber aqui a Magbi Amparo
Medina, nossa companheira que representa aqui os refugiados; queria saudar a
Karen, representante da Associação Antônio Vieira, que está também acompanhando
este ato simbólico de referência da Câmara Municipal de Porto Alegre ao Dia
Mundial do Refugiado; queria saudar todos os militantes dos Direitos Humanos,
das entidades democráticas e comunitárias da nossa Cidade que prestigiam este
Parlamento no dia de hoje. Queria agradecer ao Ver. Luiz Braz que cedeu seu
tempo para que eu pudesse falar neste momento relativo ao Dia Mundial do
Refugiado. Senhoras Vereadoras e senhores Vereadores, todos nós sabemos a
imprescindibilidade de se inserir o tema da proteção aos refugiados na dimensão
humanitária das políticas internacionais, sabemos o quanto é fundamental
resgatarmos o tema da proteção que já foi elevado ao patamar jurídico-legal
pela Organização das Nações Unidas, e o Brasil tem seguido nessa linha. Há dez
anos, exatamente em 22 de julho de 1997, se publicou a Lei Brasileira de
Proteção aos Refugiados que criava também o Conare - Conselho Nacional para os
Refugiados. O Brasil, que ao longo da sua história foi formado por várias
etnias, que é uma sociedade múltipla do ponto de vista étnico, religioso,
ideológico, dava um passo significativo para se inserir nesse conceito mundial
de proteção ao refúgio, compreendendo como um direito universal que deve ser
definido dentro de um marco legal. Constrói, então, o Brasil, há dez anos, o
mais moderno instrumento de legislação nacional de proteção aos refugiados; uma
lei que é baseada numa concepção humanitária, solidária, coerente para proteger
e dar solução aos que são forçados a abandonar seus países em busca de
liberdade, dignidade e sobrevivência.
A prova de que essa legislação é uma legislação
em sintonia com o sentimento das brasileiras e dos brasileiros é que hoje, no
Brasil, já existem mais de 50 instituições que compõem a rede solidária de
apoio às políticas públicas para garantir o reassentamento das pessoas que são
obrigadas a saírem de seus países porque moram em uma região de conflito, como
é o caso dos nossos vizinhos colombianos, que têm um país completamente
esfacelado por uma guerra civil que se arrasta e que, infelizmente, não tem uma
perspectiva, em curto prazo, de solução.
O Brasil acolhe pessoas - mulheres, homens,
crianças - que, morando em um país que tem um subsolo rico, são vítimas da
usura dos interesses dos grandes produtores de petróleo, como é o caso do
Iraque, dos países dos Bálcãs ou dos países pobres de solos ricos, como é o
caso de muitos países africanos. Talvez o que nós conheçamos mais é a
problemática de Serra Leoa, que gerou o filme que deu visibilidade à
problemática dos seus refugiados, inclusive ganhando, no Festival
Internacional, o prêmio de reconhecimento pela proposta, porque mostrava o
quanto os diamantes podem se transformar em diamantes de sangue.
Enfim, eu acho que hoje é dia de lembrarmos da
realidade de nossos irmãos, nossas irmãs que não são nossos vizinhos, mas que,
exatamente porque estão longe de nós, de nossos olhos, muitas vezes ficam
esquecidos das nossas preocupações. A solidariedade não pode se restringir
apenas aos espaços geográficos onde nós habitamos. É preciso que nós avancemos no
processo civilizatório, na construção de conceitos que façam com que
compreendamos que todos nós somos responsáveis pela construção de uma sociedade
de paz, de respeito à diversidade, de respeito à diferença e de proteção a
todos os seres humanos, independente de eles terem ou não nascido em nosso
País. Eu acho que essa consciência tem sido há muito tempo desenvolvida no
Brasil, e a prova disso é que nós temos aproximadamente 3.400 refugiados sob a
proteção do ACNUR, no Brasil. São milhares e milhares de famílias que chegam
pelas nossas fronteiras e sequer conhecem a legislação de proteção; portanto
são pessoas indocumentadas, clandestinas, escondidas, vivendo em condições
subumanas, e assim, muito mais vulneráveis a situações de exploração, quer seja
do mundo do trabalho, quer seja da violência física, sexual ou, inclusive, do
tráfico de seres humanos.
Eu acho que um dos orgulhos desta Casa - e nós
temos muito prazer em dizer isso na frente da representante do ACNUR - é que,
desde o ano 2000, Porto Alegre tem uma legislação municipal que dá à Prefeitura
o poder de, se necessitar inclusive uma consulta a esta Casa, fazer todas as
tramitações necessárias para apoiar as políticas de acolhimento e de reassento
dos refugiados brasileiros.
Em 1998, pela primeira vez, iniciei o processo de
discussão de uma legislação municipal, e o mundo vivia sob uma realidade de
muitos conflitos, muitas expulsões e deslocamentos internos das suas
populações. De lá para cá, nós vimos crescer os conflitos africanos, passamos pela
Guerra dos Bálcãs, pela ocupação do Iraque, pela invasão do Afeganistão, o que
tem criado uma nova realidade de milhões de adultos e crianças vítimas dos
bombardeios, dos conflitos. Portanto, por temor, e na busca da sua
sobrevivência, são acolhidos nos campos de refúgios e depois reassentados em
outros países.
Porto Alegre, com a aprovação dessa legislação, se
colocou, realmente, à frente de muitos outros Municípios brasileiros, inspirou
muitos debates em outros Municípios e fez com que esta Cidade, que é composta
por mais de 30 etnias, pudesse doar um pouco daquilo que recebeu delas. Eu
sempre pergunto o que seria de Porto Alegre sem a imigração dos italianos, dos
alemães, dos africanos, dos árabes, dos judeus, dos poloneses e de tantos
outros; nós não seriamos o País que somos, nós não seríamos a Cidade que somos.
Então, no dia em que esta Casa pára com as
reflexões das suas questões locais para falar da solidariedade, do refúgio e da
proteção, eu acho que nós estamos, mais uma vez, reafirmando os conceitos e o
papel do novo Parlamento, inclusive dos Parlamentos locais, que é de tratar,
sim, da problemática cotidiana do seu povo, mas que é de também se sentir
responsável pela construção de uma sociedade livre, igualitária, justa e
democrática.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Srª
Margarida Fawke, representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para
Refugiados, está com a palavra.
A SRA. MARGARIDA FAWKE: Srª Presidenta,
Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Todos os
anos milhões de pessoas deslocam-se por todo mundo à procura de melhores
condições de vida. Alguns deixam suas casas em busca de trabalho ou salários
melhores; outros procuram oportunidades educacionais ou querem apenas mudar de
clima. No entanto, para muitos, abandonar os seus lares e a terra natal não é
uma escolha. Os refugiados são pessoas que pegam a estrada contra a sua própria
vontade. Expulsos de suas vilas e cidades e separados de suas famílias pelos
conflitos ou devido a perseguições, os refugiados movem-se apenas em busca de
segurança. Hoje, comemorando o Dia Mundial do Refugiado, é a ocasião para
lembrar os milhões de refugiados e outros grupos de pessoas que foram forçados
a se deslocar, e também recordar o que os torna diferentes de outros migrantes.
Numa época de crescente globalização, quando mais e mais pessoas se movimentam
de um lugar para outro, os refugiados não são diferentes de nós apenas porque
estão longe de suas casas. O que caracteriza este grupo é o fato de não poderem
retornar para lá. Um mundo cada vez menor, resultado de um mercado global de
trabalho cada vez mais global, sinal da nossa interdependência econômica,
representa uma oportunidade de prosperidade para muitos. Mas tal cenário também
alimenta ansiedades. E, quando carregadas de retórica populista, as
preocupações com o crescimento migratório e a coesão nacional podem facilmente
se transformar em intolerância e exclusão. O resultado, muito freqüentemente, é
a rejeição de quem é diferente, seja por estar procurando outras oportunidades
ou implorando por proteção. Em tal contexto, políticas de migração e controle
fronteiriço se interligam a ponto de impedir a entrada até mesmo daqueles em
necessidade desesperada de refúgio e proteção. Isso é lamentável e
desnecessário. Embora não seja fácil, ainda é possível identificar os refugiados entre os fluxos migratórios mistos. O ACNUR
constantemente ajuda os Governos de todo o mundo a fazerem essa distinção.
Em anos recentes, com
o fim de diversos conflitos que se arrastavam há muito tempo, o número de
refugiados e de solicitantes de refúgio no mundo tem caído aos níveis mais
baixos, em décadas. Esta é uma boa notícia que nos devia ajudar a despolitizar
a questão da proteção do refugiado e combater a intolerância.
Embora sejam os mais
visíveis entre aqueles que são forçados a se deslocar, os refugiados não são as
únicas vítimas; ao mesmo tempo em que o número global de refugiados tem
diminuído, muitas outras pessoas fogem de conflitos e passam a viver numa
situação de refúgio dentro de seus próprios países, sem querer ou poder se
exilar noutro país. Elas também merecem proteção internacional, e o Alto
Comissariado das Nações Unidas para Refugiados tem expandido sua assistência a
essas populações.
O Dia Mundial dos
Refugiados é uma boa oportunidade para chamar a atenção para milhões de
refugiados e outros deslocados ao redor do mundo e para suas necessidades
urgentes, desde água e abrigo até proteção e tolerância. Por favor, juntem-se a
nós nesse esforço. Tanto nos campos remotos quanto na vizinhança próxima,
sempre há meios pelos quais podemos ajudá-los. E devemos começar recordando que
eles não deixaram suas casas por vontade própria. O Brasil abriga hoje cerca de
3.500 refugiados, reconhecidos pelo Estado brasileiro, e que vieram,
aproximadamente, de 70 países. A maioria é de origem africana: 50% dos
refugiados no Brasil vêm de Angola. Isso mostra o comprometimento do Brasil com
a proteção internacional e os direitos humanos.
A evolução do
conflito na vizinha Colômbia representa um novo desafio para o trabalho do
ACNUR e dos seus parceiros no Brasil. Cresce, a cada ano, o número de pedidos
de refúgio por parte de cidadãos colombianos. O impacto humanitário da guerra
na Colômbia, no Brasil, é verificado inicialmente na região amazônica, mas
ocorre em todo o País, uma vez que a população refugiada no País é
majoritariamente urbana.
O Brasil desempenha
um papel de liderança no tema do refúgio, não apenas no cenário
latino-americano como no contexto da comunidade internacional. Em 1960
tornou-se o primeiro país do Cone Sul a ratificar a Convenção de 1951 sobre o
Estatuto dos Refugiados. No ano de 1997, ratificou a primeira lei nacional de
refúgio na região. Atualmente implementa, numa posição de liderança e com
sucesso, o Programa de Reassentamento Solidário, o qual até hoje beneficiou
principalmente
refugiados colombianos, mas que, a partir do próximo mês de agosto ou setembro,
beneficiará também uma centena de refugiados palestinos que vivem em condições
de miséria, numa prisão, há 4 anos, no interior da Jordânia. Por meio deste
programa, o Brasil oferece uma solução para aqueles refugiados que têm
problemas de segurança no primeiro país de asilo, ou que enfrentam insuperáveis
impedimentos para a integração na nova sociedade, como a impossibilidade de
obter documentação que lhes permita trabalhar ou ter acesso à educação para
seus filhos menores.
O programa foi iniciado a partir de um acordo
assinado entre o Governo do Brasil e o ACNUR, em 1999, demonstrando uma vez
mais a disposição do Brasil em oferecer soluções humanitárias e inovadoras aos
refugiados. Atualmente, o Reassentamento Solidário atende principalmente
refugiados colombianos vindos do Equador, Costa Rica e Panamá. Em todo o País, 22
Cidades, em quatro Estados diferentes, integram o Programa – que beneficia 244
refugiados.
O Rio Grande do Sul, com sua tradição migratória e
presença estratégica nas fronteiras brasileiras, é um Estado fundamental para o
trabalho de proteção e assistência humanitária implementado pelo ACNUR no
Brasil. A Associação Antonio Vieira (ASAV), ligada aos missionários jesuítas, é
parceira do ACNUR aqui no Estado do Rio Grande do Sul no Programa de
Reassentamento Solidário.
O foco principal do Programa são mulheres em
situação de risco e crianças. As crianças até 18 anos representam 49% dos
reassentados, enquanto que, de parte da população de refugiados, digamos
espontâneos, aqueles que vêm sozinhos, que não vêm através de um Programa de
reassentamento, mas que chegam pedindo refúgio a este País, é um programa que
beneficia muito mais homens sozinhos. Então o Programa de Reassentamento tem um
enfoque muito mais nas famílias e nas crianças.
Eu gostaria de aproveitar esta ocasião para
fazer um apelo a todos aqui presentes: que recordemos que, com os conflitos
atuais, da magnitude dos conflitos de Darfur, do conflito do Iraque, torna-se
extremamente difícil para o ACNUR financiar os seus programas no Brasil, isso
porque o número de refugiados no Brasil é de aproximadamente 3.500, um número
muito pequeno, comparado com uma população de 185 milhões. E constantemente os doadores nos perguntam por que o Brasil não pode financiar o seu
próprio programa de refugiados, como é o caso de outros países.
Então, existe uma
grande importância de garantir que todos os refugiados são incluídos em todos
os programas de bem-estar social sem restrições algumas. Nós sabemos que, em
muitos programas de bem-estar social, existe uma restrição em nível do tempo de
residência do Município.
O refugiado, quando
chega, imediatamente precisa da assistência, então essa restrição em nível de
tempo de residência é um problema que nós enfrentamos.
Eu gostaria também de
recordar que todos nós, no nosso nível, na nossa área de experiência, podemos
ajudar os refugiados. Eu, hoje, infelizmente, não consegui ter uma conversa com
os estudantes de Direito da Universidade Federal, mas espero ter agora, e eles
podem ajudar também, podem ajudar protegendo refugiados quando são vítimas da
exploração dos seus patrões. Então realmente há muitas e muitas formas de
ajudar os refugiados lembrando daquelas populações que os Srs. Vereadores
influenciam.
O refugiado é uma
pessoa como qualquer outra, mas que precisa de uma proteção muito especial.
Muito obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste): Esta Casa, por intermédio das
suas Comissões, já tem reiteradamente trabalhado este tema. E é importante que
hoje, no Dia Mundial do Refugiado, possamos estar discutindo e debatendo, neste
plenário, a questão do refugiado, sobretudo na cidade de Porto Alegre.
Agradecemos pela
presença dos senhores e das senhoras e damos por encerrado este período de
homenagem do Grande Expediente de hoje. (Pausa.)
Retomamos os trabalhos.
Passamos às
A SRA
PRESIDENTA (Maria Celeste): Hoje, este período é destinado a assinalar o
transcurso do Dia do Químico, o 50º aniversário do Conselho Regional de
Química/RS e o 70º aniversário da Associação Brasileira de
Química-Regional /RS, nos termos do Requerimento nº 044/07, de autoria do Ver.
João Antonio Dib, Processo nº 2157/07.
Convidamos para compor a Mesa: a Srª Elenita
Ribas, Presidenta da Associação Brasileira de Química; Sr. Mauro Ibias Costa,
Vice-Presidente do Sindicato dos Químicos; o Sr. Ricardo Noll, Engenheiro
Químico representante do Conselho Regional de Química; o Sr. Jonior Wurmb,
representante do Sindicato das Indústrias Químicas.
O Ver. João Antonio Dib, proponente desta
homenagem, está com a palavra.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta,
Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Dia 18, foi
comemorado o Dia do Químico, está em pleno desenvolvimento a Semana da Química
de 2007, o 11º Fórum de Química do Rio Grande do Sul, nós estamos também comemorando,
neste ano, os 50 anos de história do Conselho Regional de Química, e a
Associação Brasileira comemora os seus 70 anos.
Química é a Ciência que trata das substâncias da
natureza, dos elementos que a constituem, de suas características, de suas
propriedades combinatórias e processos de obtenção, de suas aplicações, de sua
identificação. Estuda a maneira que os elementos se juntam e reagem entre si,
bem como a energia desprendida ou absorvida durante essas transformações.
Diferentemente da Física, que se dedica a um estudo integral da matéria, da sua
natureza e leis fundamentais que a regem, o interesse principal da Química está
na estrutura principal de organização da matéria: o átomo.
Atualmente o conceito de Química ambientalmente
aceitável já é tema em disciplinas de graduação voltadas para o estudo da
implementação de tecnologia, de prevenção de poluição, além de base para
grandes modificações nos processos industriais, de forma que o conhecimento e a
aplicação da Química são hoje imprescindíveis para os profissionais da área.
A história da Química está intensamente ligada
ao desenvolvimento do homem, já que engloba todas as transformações de matérias
e as teorias correspondentes. Com freqüência a história da Química se relaciona
intimamente com a história dos químicos e, segundo a nacionalidade ou tendência
política do autor, ressalta em maior ou menor medida os sucessos feitos num
determinado campo ou por uma determinada nação.
A Ciência Química surge no século XVII a partir dos
estudos de alquimia populares entre muitos cientistas da época. Considera-se
que os princípios básicos da Química se recolhem pela primeira vez na obra do
cientista britânico Robert Boyle: The Sceptical Chymist (1661). A Química, como
tal, começa seu andar um século mais tarde com os trabalhos do francês Antoine
Lavoisier e suas descobertas em relação ao oxigênio, à lei da conservação da
massa e à refutação da teoria do flogisto como teoria da combustão.
A divisão da Química pode ser feita de diversas
maneiras: Química Física e Biofísica; Química Inorgânica; Química Orgânica e
Química Biométrica; Polímeros; Química Analítica; Química e Meio Ambiente;
Química e Saúde Humana; Nomenclatura Química e Representação Estrutural;
Química Nuclear.
Os Conselhos Federal e Regional de Química foram
frutos de Lei Federal de 18 de junho de 1956. Mas, como tudo no Brasil, demorou
25 anos para ser regulamentados. Mas isso não fez com que os Químicos
esmorecessem nas suas atividades ou não procurassem dar mais de si para buscar
soluções para os nossos problemas. O Conselho Regional de Química da 5.ª Região
instalou-se em 30 de julho de 1957. Eu estudei Química um ano. Tive a
oportunidade de conhecer pessoas extraordinárias como o Prof. Saviniano de
Castro Marques, que foi um dos Presidentes do Conselho e é uma figura que eu
lembro com muito respeito. Também conheci aquele que nos deixou há pouco tempo,
o Prof. Mário Egas Câmara, químico, e fiquei pesaroso de saber que ele
tinha falecido - tomei conhecimento disso hoje. Mas eu tive professores, e dos
professores a gente lembra sempre com muito carinho; Prof. Ataulpa Cibils, do
Júlio de Castilhos; Prof. Settineri; Prof. Tristão; Prof. Abílio Azambuja; e,
na Escola de Engenharia, o Prof. Bernardo Geisel. Mas do ano que eu estudei
Química eu lembro com carinho e, também muito carinho, lembro-me do Químico
Alfredo J. J. Wieck. Uma manhã ele me chamou e me deu um frasco com uma solução
- ele dava aula no Laboratório -, e ele dizia para mim que eu tinha todas as
condições de ser um bom químico; chamou-me, deu-me a solução num frasco para
que eu fizesse a análise dos elementos que estavam ali misturados. Comecei às
9h30min e às 12 horas terminei; ele foi lá. “O que o senhor encontrou”?
“Encontrei tal, tal e tal”. “Não. Falta um metal aí. O senhor tem ainda a
mistura”? Eu disse que tinha - e tinha mesmo. Pensei: agora ele vai me dizer o
que eu não fiz para encontrar esse metal. “Então, o senhor volta amanhã às
9h30min, e vamos fazer isso de novo para ver se o senhor vai acertar”. Mas ele
não me disse como. No dia seguinte, eu voltei e repeti tudo o que eu tinha
feito no dia anterior; ele chegou, leu. “Falta o material. O senhor tem amostra
do líquido”? Eu já havia jogado fora, senão ele iria mandar eu fazer de novo.
Aí ele me disse que faltava alumínio, e eu não o havia encontrado. Ele, então,
explicou-me o que eu deveria ter feito para saber que realmente naquela mistura
havia alumínio. Ele é uma pessoa da qual lembro assim com muito carinho, mas,
naquele dia, eu desisti de ser químico. Mas a Química tem como seu principal
elemento a vida. Na realidade, a água que bebemos, o alimento que ingerimos, o
remédio que nos traz a saúde, os cosméticos que ajudam a nossa higiene e
embelezam as mulheres, todos dependem do químico, e, como diz o Conselho
Regional de Química, a vida é o nosso principal elemento.
Em nome da Casa do Povo de Porto Alegre,
desejamos que os químicos continuem com o mesmo afã de melhorar os nossos
padrões de vida e de saúde. Felicidades para todos na Semana do Químico. Saúde
e PAZ! (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada, Ver.
João Antonio Dib, que falou em nome de todos os demais Vereadores e Vereadoras
desta Casa.
A Srª Elenita Ribas, Presidenta da Associação
Brasileira de Química, está com a palavra.
A SRA. ELENITA RIBAS: Exma Srª Presidenta
da Câmara Municipal de Porto Alegre, Verª Maria Celeste; Sr. Vice-Presidente do
Sindicato dos Químicos, Mauro Ibias Costa; Sr. Representante do Conselho
Regional de Química, Eng.º Quím.º Ricardo Noll; Sr. Representante do Sindicato
das Indústrias Químicas, Jonior Wurmb, Sras Vereadoras; Sr. Vereadores; demais autoridades
aqui presentes; representantes da imprensa; senhoras e senhores. Eu, como
Presidente da Associação Brasileira de Química no Rio Grande do Sul, sinto-me
muito honrada em estar hoje, neste ato, representando as entidades promotoras
da Semana da Química 2007, como todos os anos é feito, em comemoração ao Dia do
Químico, que acontece dia 18 de junho. As entidades que promovem esse evento
são: Conselho Regional de Química da 5.ª Região; Associação Brasileira de
Química do Rio Grande do Sul; Sindicato das Indústrias Químicas do Rio Grande
do Sul; Sindicato dos Químicos do Rio Grande do Sul; Sociedade Brasileira de
Química. A cada ano temos feito o evento itinerante numa universidade ou numa
instituição de ensino em que haja o curso de Química. Neste ano foi na
Universidade Luterana do Brasil, tendo o curso de Química como promotor.
Agradeço em nome de todas essas entidades e também em nome de todos os profissionais
da Química; também agradeço, especialmente, a homenagem aos 50 anos do Conselho
Regional de Química e aos 70 anos da Associação Brasileira de Química no Rio
Grande do Sul. A nossa Associação é uma das pioneiras; é uma Associação
Nacional, mas cada Estado tem a sua Regional. A nossa Associação é uma das mais
antigas, e isso é motivo de muito orgulho para nós todos que a congregamos.
Peço que me perdoem a minha falta de familiaridade com o microfone e com este
púlpito. Eu, como professora durante 30 anos, costumo falar sem uso de
microfone e olhando olho no olho dos meus alunos. Fiquei muito emocionada ao
ouvir o Ver. João Dib, que é o proponente desta homenagem. Agradecemos
especialmente a V. Exª, fiquei emocionada ao ouvir o seu depoimento sobre uma
aula experimental, na sua juventude, e espero que os meus alunos se lembrem de
mim como o senhor lembra dos seus professores.
Agora, eu diria aos meus alunos que não fosse um
motivo de desistência a primeira dificuldade, mas, sim, uma razão de estímulo
para novos desafios. Realmente, quando a gente vai estudar uma ciência
qualquer, e eu falo da Química porque é o meu negócio, a gente se inflama, às
vezes, quando se apaixona, e eu sou meio passional a respeito da Química. Por
isso eu não vou, aqui, falar a respeito de coisas que o Ver. João Dib, com
excelência, citou: a história da Química, os grandes cientistas famosos,
citados sempre por todos os historiadores, desde a alquimia, o conceito
científico de Química que ele, apesar de ser engenheiro, soube muito bem
fazê-lo com um entendimento que eu acredito que toda a platéia tenha tido.
E eu quero falar, aqui, mais com o coração e
dizer da importância de nós todos, toda a sociedade, não apenas os estudiosos
da Química, não apenas os profissionais do setor produtivo, não apenas aqueles
que desenvolvem pesquisas e buscam inovações na nossa área, mas toda a
sociedade, porque a Química interessa a toda sociedade e a todo ser vivo. Por
ser ela uma ciência natural, associada à Biologia, à Física, à Matemática, não
podemos dissociá-la do todo, do Planeta, do universo; todos os seres vivos
dependem de química.
Para não me estender muito, eu não sei fazer
discurso, eu faço, aqui, um apelo especial aos nossos jovens, porque os nossos
jovens, hoje, têm uma herança não muito boa nas mãos. Mas como tudo que não é
muito bom tem a outra face, eu espero, sinceramente, que os nossos jovens
aproveitem-se dos nossos erros para não continuar cometendo-os, porque eles
terão a missão de recuperar coisas que aconteceram em função de erros das
nossas gerações que nos antecederam. E também têm a missão de tentar de todos
os meios buscar um tratamento especial ao nosso Planeta, de cuidar dele como se
fossem os filhos zelosos cuidando dos pais, sob pena de, daqui a alguns
séculos, nós estarmos todos em extinção. Então, é a esses jovens que têm tudo
para melhorar o estado de coisas que estão aí, não que a Química seja uma vilã,
não, a Química, muitas vezes, é vista como uma vilã. Porém, o que não é correto
é o uso, muitas vezes, da Química. O uso incorreto da Química é que nos levou a
alguns problemas, principalmente ambientais, e era o foco do nosso Fórum deste
ano: Química, Meio Ambiente e Sustentabilidade. Então, em cima de mau uso dos
conhecimentos ou do descaso é que aconteceram problemas que hoje nos têm
custado muito caros.
Eu agradeço a todos pela atenção e, mais uma
vez, digo que é uma honra para mim, em meu nome pessoal, estar nesta Casa,
participar e receber, em nome de todas as entidades, dos meus colegas, esta
homenagem. Obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
A SRA.
PRESIDENTA (Maria Celeste): Agradecemos a
presença dos senhores e das senhoras nesta homenagem pela passagem dos 50 anos
do Conselho Regional de Química e dos 70 anos da Associação Brasileira de Química,
proposta pelo Ver. João Antonio Dib. Muito obrigada. Estão suspensos os
trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os
trabalhos às 15h45min.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste – às 15h48min): Estão
reabertos os trabalhos.
A Verª Maristela Maffei solicita Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje. A Mesa declara empossado o Suplente, Ver. Mauro Pinheiro, nos termos regimentais, que integrará a Comissão de Educação, Cultura, Esporte, e Juventude, CECE, em função da impossibilidade de o Suplente Gerson Almeida assumir a Vereança.
Queremos prestar uma
homenagem ao Ver. Adeli Sell, que está de aniversário no dia de hoje. Por
gentileza, Ver. Adeli Sell, aproxime-se da Mesa para receber o cartão da Mesa
Diretora.
(Faz-se a entrega do
cartão.) (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Professor Garcia está com a palavra em Comunicações, por cedência
de tempo do Ver. Luiz Braz.
O SR. PROFESSOR
GARCIA: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; parabéns, Ver. Adeli Sell. Vou-me ater a um
assunto que alguns Vereadores, ontem, já falaram, mas acho que ele merece uma
atenção especial que é a questão da criação de CCs no Governo Federal, porque
isso sempre tem sintonia também com o Governo Estadual e o Governo Federal. É
interessante lembrar que o Sr. Presidente Luis Inácio Lula da Silva declarou,
em seu programa matinal de rádio, que aprovou um reajuste de até 140% para os
Cargos em Comissão, mas quando a gente vê a questão dos 140%, é importante
também falar do número de Cargos em Comissão que temos no País. Eram – num
segundo momento, vocês vão saber porque eu digo eram – 21.563 Cargos em
Comissão no nosso País. A justificativa do Presidente é de que não ganhavam
aumento desde junho de 2002, só que, no período de junho de 2002 até hoje, a inflação
foi de 45,56%. Um outro detalhe importante que aqui já ouvimos inúmeras vezes
quando se fala em situação diferenciada: olha, esse aumento é 75% para os
funcionários de carreira e 50% para os demais. A idéia disso é para que
concorram a vencimentos idênticos ao da iniciativa privada. Mas o que me chama
mais a atenção é que ao mesmo tempo em que o Presidente Lula concede o aumento
de até 140%, não concede um aumento para algumas categorias que estão em greve.
O Sr. Carlos
Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Obrigado, Ver. Professor Garcia, é oportuno discutir o tema, porque eu tenho
ouvido muito este debate, pela imprensa também, que cria uma caricatura. Hoje,
pela manhã, eu ouvi um comentarista dizendo o seguinte: “O Governo gasta todo o
dinheiro dos nossos impostos para gente que não faz nada”. Em primeiro lugar,
isso é uma ofensa grave, séria, covarde e mentirosa sobre os funcionários,
porque as pessoas que estão nos cargos trabalham, e trabalham muito. Tanto é
que o Brasil nunca esteve tão bem como está agora, graças a esses servidores.
Segundo: a grande maioria dos servidores ganha muito mal. Muito mal! Basta que
V. Exª pegue, por exemplo, o salário da pessoa que responde por mais de 500
milhões de reais, aqui na Coordenadoria de Saúde, a Drª Clarita Silva; vai ver
que a DAS dela é menos de um mil e quinhentos reais. Com o Coordenador do Denit
é a mesma coisa: um mil e seiscentos reais para responder por 300 milhões de
reais. Então, é sobre isso que temos que fazer uma discussão séria, porque as
pessoas têm que receber realmente pela competência que têm.
O SR. PROFESSOR
GARCIA: Eu acho importante, mas eu vou interrompê-lo só
porque tenho um tempo limite. Mas V. Exª utilizou esta tribuna para dizer que
não entendia o aumento diferenciado dos servidores da Fazenda. Eu volto a
dizer: é questão de coerência, porque o seu discurso foi em cima disso, também.
Eu jamais disse e não direi que esses trabalhadores não trabalham; pelo
contrário. Agora, quando eu disse que eram 21.563... Porque, logo depois,
criou-se mais 626 cargos, por uma necessidade deste País, que nunca esteve tão
bem como está agora. Mas por que não é concedido o aumento nas categorias? E,
ao mesmo tempo, o Sr. Presidente diz: “Tem que cortar o ponto dos servidores,
descontar”. E ao mesmo tempo, aqui dentro, fazem um discurso contrário, que não
tinha diálogo. Então, o que eu quero colocar é a questão da coerência. “Tudo na
vida tem o vidro e a vidraça”, tem o efeito bumerangue. Então, eu só quero
colocar que, realmente, esses servidores ganham muito mal, são salários de até
10 mil reais, e 10 mil reais, talvez, para a população do Brasil, “que nunca
esteve tão bem”, sejam valores baixos, mas eu quero lembrar que o salário ainda
é de 400 reais. Muito obrigado, Srª Presidenta.
(Não revisado pelo
orador.)
A Verª Maristela
Meneghetti assume a presidência dos trabalhos.)
A SRA. PRESIDENTA
(Maristela Meneghetti): O Ver. Elói Guimarães
está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Nilo Santos.
O SR. ELÓI GUIMARÃES:
Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, inicialmente agradeço ao meu
companheiro de Bancada, Ver. Nilo Santos, pela cedência do tempo.
Quero trazer, Srª Presidenta, Srs. Vereadores e
Sras. Vereadoras, um tema extremamente importante, que é a Reforma Política ou
alteração no processo político eleitoral do País.
É inquestionável que uma Reforma Política vem
antes de todas as reformas. E por que vem antes de todas as reformas? Na medida
em que as instituições são compostas de homens e mulheres, de Parlamentares, de
Executivos - e aí se constitui o Poder, que têm exatamente a sua origem lá no
voto, na urna.
O modelo atual praticado no País, da
individualidade, ao longo do tempo, vem sofrendo inquestionável desgaste
profundo, até porque, Srª Presidenta, há muitos comprometimentos, e, em face
desses comprometimentos, não há nenhuma crítica, até porque se criou uma
cultura do País, onde os Parlamentares terminaram - eu não estou falando
daqueles que são reféns -, de uma forma ou de outra, representando esse ou
aquele setor. E aí há todo um arco de interesses, dos mais diferentes, seja de
corporação, seja econômico, seja, até mesmo, religioso. Então, isso estabeleceu
o quê? A fragilidade do homem público, do Parlamentar, do governante, etc. e
tal.
Então, é preciso alterar exatamente esse modelo,
essa forma. É preciso que o Parlamentar tenha autonomia, absoluta autonomia
para bem exercer o múnus público, a atividade pública e não fique refém. E, no
País, se criou essa cultura; então, precisa quebrar a espinha dorsal dessa
relação. E não vejo outro caminho, senão, através da Reforma Política.
Está demonstrado que o voto individual não deu bons resultados, ou, se deu, no passado,
foi comprometido ao longo do tempo. Então, é preciso buscar outro mecanismo.
Qual mecanismo? Eu acho que nós temos que reforçar os Partidos Políticos,
criando, também, mecanismo de controle dos Partidos Políticos. Eu acho que a
lista pode ser, sim, uma das saídas, desde que se estabeleça uma série de
mecanismos capazes de permitir que lideranças novas se formem. Se nós
resolvermos o critério da lista, um bom critério para lista, um critério que
ganhe pela imparcialidade, nós teremos atingido, sim, os objetivos de uma
reforma partidária, séria, porque, como nós estamos, nós não podemos mais
continuar.
Não se pode falar em
financiamento público de campanha com candidaturas individuais. Isso não se
sustenta, pois não se organiza com candidaturas individuais. Financiamento de
campanha pressupõe que haja outro mecanismo, e o mecanismo seria o da lista.
Então, seria bom
encontrar uma forma, flexibilizando, inclusive, a lista, porque, aí, nós
estaríamos reforçando os Partidos Políticos, e dando-lhes o papel que lhes
corresponde nas democracias e na democracia brasileira.
A verdade é que nós
vivemos sob permanentes escândalos de toda a ordem. Não é questão ideológica. A
questão moral até poderá estar embutida, mas o mecanismo de formação de
constituição do Poder, dos Governos, dos Parlamentos - Assembléias e Câmaras de
Vereadores -, têm que ser alterados, para termos exatamente homens
comprometidos com o bem-comum e com a sua visão, porque eles, efetivamente,
representam os interesses da sociedade. Muito obrigado, Presidenta.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA.
PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver.
Elói Guimarães.
O Ver. Márcio Bins Ely
está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Neuza
Canabarro.
O SR. MÁRCIO
BINS ELY: Exma Srª
Presidenta, Maristela Meneghetti; na pessoa de V. Exª quero cumprimentar os
demais Vereadores e Vereadoras desta Casa, o público que nos assiste nas
galerias e na TVCâmara; senhoras e senhores. Venho a esta tribuna, hoje, no
período de Comunicações, no tempo cedido pela Verª Neuza Canabarro, que hoje
está representando a Casa, no Grande Expediente proposto pelo Deputado Adroaldo
Loureiro, em nome da Bancada do PDT, na Assembléia, em homenagem ao transcurso
do terceiro ano de falecimento do nosso querido líder, o saudoso e sempre
comandante Leonel Brizola, que hoje se encontra no oriente eterno.
Gostaria também de fazer menção a essa passagem,
e sei que o Ver. Nereu D’Avila, Líder da nossa Bancada, em breve falará pelo
transcurso da data de hoje, dia de falecimento de Leonel Brizola, mas não
poderia me furtar de registrar aqui esse momento, que nos remete à história
desse grande líder, que foi aquele que organizou e refundou o PDT, em nível
nacional, e foi e será sempre uma figura inesquecível.
Gostaria de dizer também que, na Câmara dos
Deputados, hoje, se realiza uma homenagem, na Sessão também, no Grande
Expediente, ao transcurso do terceiro ano de falecimento de Leonel Brizola,
organizada pelo Deputado Federal Vieira da Cunha, e seria imprescindível também
que, aqui na Casa, nós pudéssemos relembrar esse momento tão importante, que
foi triste na história do nosso Partido, mas que também faz parte da trajetória
de todo grande líder que deixa a sua marca, que deixa a sua assinatura nas
páginas da história.
Gostaria de dizer e relembrar, aqui, que Leonel
Brizola foi um dos brasileiros que mais tempo ficou exilado, por
aproximadamente 15 anos viveu no exílio, e, quando retornou, perdeu a sigla do
Partido; teve que reorganizá-lo. E é com muito orgulho hoje que podemos olhar
para trás e ver que realmente o nosso Partido tem uma caminhada e ocupa um
espaço dentro da confiança do povo brasileiro, que nos remete, inclusive, a ser
um dos sete Partidos nacionais que conseguiram, na última eleição, cumprir a
cláusula de barreira, muito em função daquela principal bandeira que Leonel Brizola
levantava e sempre carregou, que foi e que sempre será uma bandeira do
trabalhismo, muito identificada e enraizada com o PDT, que é bandeira da
Educação. A Educação, que tão bem o nosso candidato à Presidência de Republica,
Cristovam Buarque, carregou durante toda a sua candidatura e que, tenho
certeza, foi responsável, talvez por essa votação, quando pelo menos cinco em
cada cem brasileiros depositaram na urna o voto e a confiança no Partido
Democrático Trabalhista. Quero dizer da nossa alegria em poder fazer parte da
Bancada do PDT nesta Casa, composta pelos Vereadores Nereu D’Avila, Neuza
Canabarro, Ervino Besson, Mario Fraga e Márcio Bins Ely, em saber que hoje o
nosso Partido ocupa três importantes Secretarias de nível Municipal –
Planejamento, Esporte e Juventude -, nas pessoas dos companheiros Fortunati,
Bosco e Mauro; em saber que o nosso Partido, hoje, aqui na Capital, é o maior
Partido em número de filiados. Nós, que totalizamos cerca de 25 mil filiados na
Capital dos gaúchos, temos certeza do nosso compromisso com a qualidade de vida
da nossa Cidade. E não só aqui, em Porto Alegre, mas também no Estado do Rio
Grande somos o maior Partido em número de filiados, atingindo a marca de quase
300 mil filiados em todo o Rio Grande do Sul, com uma aguerrida Bancada de sete
Deputados Estaduais e três Deputados Federais. Elegemos 94 Prefeitos, 82
Vice-Prefeitos, quase 800 Vereadores no Estado do Rio Grande do Sul e sabemos
da nossa responsabilidade com o povo gaúcho. Faço um pouco desse retrospecto partidário
aqui no Estado do Rio Grande do Sul, que é onde nasceu Leonel Brizola, onde se
iniciou toda essa caminhada trabalhista, prestando aqui, através deste tempo no
período de Comunicações, que gentilmente me cedeu a companheira Neuza, uma
homenagem muito pessoal, com muito carinho e muito respeito. Tive a
oportunidade de caminhar ao lado do Governador Brizola, trabalhando questões
que sempre impulsionaram muito a sigla trabalhista, com o vínculo socialista
que nós temos, durante o período de 12 anos em que ele foi Vice-Presidente da
Internacional Socialista. Eu, que tenho respondido, desde 1997 até hoje, pela
Secretaria de Relações Internacionais da Juventude Socialista do PDT, em nível
nacional, tenho feito todos esses encaminhamentos de divulgação, de intercâmbio
de ações e toda essa trajetória internacional, nos aproximando das organizações
jovens dos Partidos filiados à Internacional Socialista, entidade à qual,
quando o Governador Brizola faleceu, estava na condição de Presidente de Honra.
Por isso, gostaria de registrar aqui esta homenagem que faço pelo transcurso
dos três anos do seu falecimento. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver.
Márcio Bins Ely.
O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. NEREU D'AVILA: Exma Srª
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; demais Vereadoras e Vereadores, senhoras
e senhores, estou vindo da Assembléia Legislativa, onde, numa Sessão muito
concorrida e bastante emotiva, por iniciativa do Dep. Adroaldo Loureiro, do
PDT, está sendo feita uma homenagem aos três anos passados da morte de Leonel
Brizola, completados exatamente hoje. Em 2004, 21 de junho, hoje está um dia
quente, mas naquela ocasião fazia um dia com chuva, com frio, portanto um dia
choroso, um dia que todo o Rio Grande – o Brasil também, mas principalmente o
Rio Grande – chorou e lamentou, sim, a morte de Leonel Brizola. Aqueles
empedernidos adversários de Brizola, que, ao longo da sua vida não o perdoavam,
reconheceram, após a sua morte, o valor da sua vida ética, da sua conduta
ilibada, da sua vida dedicada, mais de 60 anos aos menos possuídos da sorte,
aos mais necessitados e, principalmente, com uma bandeira nas mãos.
Brizola foi eleito Governador em 1958 e no período
de 1958 a 1962 construiu seis mil 352 escolas de madeira por todos os rincões
do Rio Grande sob a bandeira: nenhuma criança sem escola. E não é de graça que
hoje - embora a educação no Brasil seja ainda passível de aceleração, de um
ensino mais qualificado -, sem dúvida, o Estado do Rio Grande do Sul, mercê da
implantação do clima educacional, da bandeira educacional desfraldada a partir
de Brizola, está hoje pontificando entre os melhores classificados no quesito
educação no Brasil.
Brizola foi um político que teve algumas coisas
insuperáveis na sua vida: em 1954, quando Getúlio morreu, Brizola, muito jovem,
fez 103 mil votos para Deputado Federal; isso em 1954, numa votação estrondosa.
Em 1955, elegeu-se Prefeito de Porto Alegre. Em 1962, fez uma votação, já no
Estado da Guanabara, que até hoje não foi superada por ninguém! Na ocasião, de
cada três cariocas, três votaram em Brizola - ele fez três quartos da votação
do Estado da Guanabara em 1962. Então há algumas coisas que ele mesmo dizia, em
tom de brincadeira, que deveriam ir para o Livro do Guinness, porque foi o
político no mundo que mais construiu escolas. Primeiro, aqui, as 6.352 escolas.
Depois, nos dois períodos em que foi Governador da Guanabara - sendo inclusive
o único político brasileiro também a governar dois Estados, sendo que o Estado
do Rio de Janeiro por duas vezes, ou seja, um batedor de recordes -, construiu
uma nova proposta educacional, junto com Darcy Ribeiro e com outros pontífices
na área da Educação; inclusive hoje Cristovam Buarque muito elogia esse
período.
A partir de então, no Rio de Janeiro, nos seus
Governos, surgiu a escola de tempo integral, e lá no Rio, num dos períodos só,
ele construiu 500 CIEPs, que hoje ainda se constituem em padrão de educação de
escola de tempo integral, em que a criança entra de manhã e só sai à noite,
quando seus pais retornam à casa: a criança já está de banho tomado, depois de
ter tido lazer, alimentação e educação durante todo dia: educação ideal. Um
dia, eu espero - nós já estamos no século XXI, mas eu espero que seja o mais
breve possível esse dia – que todas as escolas sejam de tempo integral. Porque
não é só dar tranqüilidade aos pais para poderem trabalhar, principalmente aos
mais humildes, que precisam ficar longe de casa - apesar de que hoje quase todo
mundo precisa ficar longe de casa. E não só para prender a criança na Escola,
mas também para tirá-la do vício, da companhia maléfica da droga, enfim, dos
descaminhos em que a juventude muitas vezes se perde.
Então, Brizola foi não simplesmente um cidadão
comum, nascido lá no Distrito do Município de Carazinho, que, na época,
pertencia ainda a Passo Fundo, mas lá em Cruzinha, outra localidade. Ficou,
inclusive, sem ser batizado. Num primeiro momento, não tinha nome; só depois,
fazendo uma homenagem ao caudilho Leonel Rocha, da Revolução de 1923, seus pais
o batizaram de Leonel. Pois esse menino que nem nome tinha quando nasceu, que
engraxou sapatos em Passo Fundo, que trabalhou como ascensorista na Galeria
Chaves, e que veio a Porto Alegre graças à benevolência de um pastor metodista,
tornou-se um paradigma de homem público neste País.
Há poucos dias, uma das emissoras mais
conceituadas do Estado fez uma pesquisa: quem você gostaria que estivesse ainda
entre nós? Qual a pessoa que está fazendo falta? Disparado, ganhou Leonel
Brizola.
Agora, a Rádio Gaúcha faz uma averiguação: de 30
nomes retirou 10, e desses 10 vai eleger uma pessoa, e todos nós podemos votar
pela Internet em qual o homem que mais influenciou o Estado em toda a história do
Rio Grande do Sul. Pontificam ali Getúlio Vargas e, novamente, Leonel Brizola.
Então, é uma personalidade que refoge, que está
muito além do PDT, muito além do trabalhismo ao qual ele foi fiel. Ele é uma
legenda - eu diria, para ser modesto - do povo gaúcho, não vou dizer que seja
uma legenda do Brasil porque não conseguiu chegar à Presidência. Outro recorde
que ele bateu foi o brasileiro que mais longe ficou do Brasil, o filho que mais
longe ficou do Brasil; ficou no exílio por 15 anos. Recordes todos em função de
alguém, em função de alguns, em função de uma grande causa, que foi a causa da
educação.
A ele, Leonel Brizola, hoje, não é aqui somente
o PDT que está prestando homenagem. Há pouco, nos apartes ocorridos na
Assembléia, o líder do PMDB; o líder do PT, o Bordignon, fizeram rasgados
elogios a Leonel Brizola. Portanto, é uma legenda, é um ícone, é um emblema de
um padrão que deveria ser o padrão de ética e da moral de todos os políticos e
das políticas brasileiras. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver.
Bernardino Vendruscolo está com a palavra em Comunicações, por cedência de
tempo do Ver. Sebastião Melo.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Verª Maristela
Meneghetti, na presidência dos trabalhos; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; venho a esta
tribuna para divulgar números da arrecadação do ITBI no Município. Para não
citar aqui todos os números referentes aos meses em que o ITBI esteve em vigor,
quero lembrar que em abril de 2005, Verª Sofia Cavedon, nós tivemos uma
arrecadação de cinco milhões, setecentos e quatorze mil reais - em números
redondos. Em abril de 2007 a arrecadação foi de nove milhões, quatrocentos e
dezoito mil reais, portanto, um aumento de 64% em relação à abril de 2005,
considerando os números de abril de 2007. Por que eu venho esclarecer como uma
forma de dar satisfação? Em primeiro lugar, porque nós, Vereadores, precisamos
saber. Em segundo lugar, porque aqueles que estiveram entrincheirados nesta
bandeira de aprovar o parcelamento do ITBI precisam receber esta resposta e
saber que estávamos certos, corretos quando defendíamos o parcelamento do ITBI,
principalmente, para oportunizar às pessoas que detinham e detêm os contratos
particulares para terem a oportunidade de regularizá-los, através da Escritura
Pública e competente registro no Registro de Imóveis. Então, está confirmado
que o Município não perdeu; pelo contrário, ganhou financeiramente e ganhou a
sociedade, porque receberam e estão recebendo uma oportunidade para regularizar
seus imóveis. Da mesma forma, se compararmos maio de 2005 com maio de 2007, nós
vamos verificar um acréscimo. Em maio de 2005 foram arrecadados seis milhões,
cento e quarenta e um mil reais, e agora, em maio de 2007, foram arrecadados
oito milhões, cento e sessenta e três mil reais - quase 40% a mais, também. Nós
sabíamos que haveria um crescimento vegetativo, mas jamais imaginaríamos esses
números, Ver. Ismael, V. Exª que, juntamente com outros Vereadores, ajudou-nos
a construir esse Projeto. De qualquer forma, estou prestando contas e
agradecendo àqueles que acreditaram naquilo que nós levantávamos no início.
Quero fazer um apelo aos Vereadores que estão trabalhando em conjunto, em
especial o Ver. Adeli Sell, para que nós possamos aprovar, aqui, o Projeto que
pretende regulamentar, ou trazer um regramento mais consistente e mais completo
para as caçambas, para os contêineres, aqui, em Porto Alegre. Eu gostaria de
mostrar à TVCâmara (Mostra fotos.) três cartazes. Aqui, as pessoas estão
disputando espaços com os contêineres, caminhando pela pista de rolamento,
porque o contêiner tomou todo o espaço da calçada. Aqui, mostro um outro, onde quase não dá para enxergar o contêiner dada a quantidade de
entulho que nele colocaram.
(Aparte
anti-regimental.)
O SR. BERNARDINO
VENDRUSCOLO: É em Porto Alegre, sim. Agora eu
vou mostrar – chegou-me nesta semana a foto - mais um acidente: um automóvel
entrou debaixo da caçamba.
O que nós
pretendemos? Algo parecido - não precisa ser exatamente como nós estamos propondo
(Mostra sinalização proposta.) -, algo que traga mais sinalização e que não
permita aos profissionais que exploram esse trabalho - necessário, que nós
respeitamos, hoje não se consegue fazer uma obra sem ter contêineres para
recolhimento dos entulhos -, Ver. Barbosa, que eles permaneçam nesses locais,
por semanas e semanas, sem ter um local específico ou determinado pelo órgão
fiscalizador e com regramento, com tempo para explorar esse trabalho, com todo
o respeito que merecem. Nós queremos, nós precisamos desse trabalho; só não
podemos deixar do jeito como está.
O Sr. Guilherme
Barbosa: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Ver. Bernardino, quero, rapidamente, dizer que já comentei o Projeto de V. Exª
no tempo de discussão preliminar de Pauta. Tenho muita simpatia pelo seu
Projeto, mas as situações todas que V. Exª mostrou, a Lei atual já aborda;
falta única e exclusivamente fiscalização da EPTC. Se houvesse fiscalização,
nós não teríamos esse problema. Infelizmente, os fiscais foram retirados das
ruas de Porto Alegre, aparentemente. Obrigado.
O SR. BERNARDINO
VENDRUSCOLO: Só que a atual Legislação não
traz penalidades. Nós precisamos ter penalidades; não temos como aprovar leis
trazendo regramentos se não trouxerem penalidades. Então, com todo o respeito,
a Lei existe, mas é inócua.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver.
Bernardino Vendruscolo.
A Verª Sofia Cavedon
está com a palavra em Comunicações.
A SRA. SOFIA CAVEDON:
Srª Presidenta dos trabalhos, Verª Maristela
Meneghetti; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, trato do tema do Plano Diretor, da Audiência Pública e dos
debates que esta Cidade deveria fazer e não está fazendo. Chamaria de “crônica
da mercantilização anunciada” o processo que estamos vivendo.
O Plano Diretor da
cidade de Porto Alegre foi realizado com amplos debates e discussões nesta
Casa. E, nós, olhando a Cidade construída após o atual Plano, verificamos que a
paisagem, principalmente na região do Centro, está sendo, de fato, bastante
modificada, e há muitos ajustes importantes e necessários a serem feitos em
relação a alturas, em relação a sacadas, em relação à preservação do patrimônio
histórico construído.
No entanto, o Plano
Diretor em vigor teve a sabedoria de determinar, e há uma Lei que cito, que diz
no seu inc. VI, do art. 37, que o Município deverá promover, a cada gestão
administrativa, uma conferência municipal de avaliação do Plano Diretor, sendo
que a primeira deverá ocorrer no terceiro ano após a publicação da Lei.
Pois bem, a
Administração Popular realizou a primeira Conferência, conforme Lei em vigor,
no ano de 2003, e essa Conferência foi caracterizada por palavras do Instituto
de Arquitetos do Brasil, como um processo amplo de participação popular, que
permitiu discussão, reflexão e consulta entre a população que via, pela
primeira vez, os efeitos da aplicação do PDDUA, e os técnicos, durante a
Conferência do PDDUA, em 2003. O IAB elogia aquela Conferência, Ver. Nereu,
dizendo que a maior parte do Projeto em debate, apresentado pelo Governo
Fogaça, advém daquela Conferência. No entanto, nesse mesmo documento, o IAB,
porém, faz uma crítica muito dura às Áreas de Interesse Cultural, Verª
Margarete, dizendo que o tema não é tratado com a profundidade e o cuidado que
merece. É lastimável que um aspecto de tal relevância seja apresentado de forma
incompleta, mal-organizado, e desacompanhado da necessária justificativa
teórica e técnica, fundamental para um tema dessa natureza.
O IAB do Rio Grande do Sul propõe que deva ser
mantido o Decreto Municipal em vigor em relação às Áreas de Interesse Cultural.
Bem, voltando à “crônica da mercantilização anunciada”, o IAB elogia a
Conferência de 2003 e diz que dela vieram as melhores partes do Projeto que o
Prefeito Fogaça colocou em discussão na Cidade, mas ressalva que as Áreas de
Interesse Cultural são um desastre. No
entanto, o que faz o Governo Fogaça diante da determinação legal
de, em cada gestão administrativa, realizar uma conferência? Não realiza,
descumpre a Lei, assim como está descumprindo em relação ao PACS - Zona Sul;
ignora a Legislação Municipal; realiza apresentações de suas propostas nas
Regiões e uma Audiência Pública, que não é o que está previsto na Legislação.
Então, além de não cumprir a Lei, fazendo na
forma de conferência a avaliação do Plano, faz uma Audiência completamente
ilegal. E, por fim, o Ministério Público, para encerrar, alerta - e esse alerta
é para a nossa Casa - que o processo legislativo poderá ser prejudicado por uma
leitura, que virá dessa Audiência Pública completamente distorcida da posição e
da vontade do cidadão. Então, senhores, a Câmara de Vereadores foi lá
panfletear, por decisão da Mesa, e orientar, no segundo momento da Audiência,
que não era daquela forma que o Plano Diretor deveria ser discutido, deve
continuar chamando a atenção da sociedade e deve tomar o protagonismo para que
aqui, nesta Casa, de fato, haja equilíbrio de idéias, pluralidade de idéias,
representatividade de diferentes segmentos da Cidade, para que o Plano Diretor
resulte da vontade soberana da cidadania e não da pressão do poder econômico.
Encerro, com a sua permissão, Srª Presidente,
dizendo que nesta Cidade não há Gestor público; há um Gestor que descumpre a
Lei, descaradamente, e um Gestor-Prefeito que nem os seus Secretários coordena,
porque o Secretário do Meio Ambiente disse que não iria naquela Audiência, que
aquela Audiência não era representativa, e o Secretário do Planejamento disse
que ele fosse se queixar ao Prefeito. Ora, que Cidade é esta, em que os
representantes maiores do Prefeito discordam num tema central para a Cidade,
para os destinos desta Cidade, como o Plano Diretor?!
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Alceu
Brasinha está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver.
Valdir Caetano.
O SR. ALCEU BRASINHA: Srª Presidenta,
Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, hoje eu venho a esta tribuna falar mais uma vez da Av.
Baltazar de Oliveira Garcia, porque, meus amigos, está criando mato no meio da
Av. Baltazar, no corredor! Eu acho que eu vou construir uma casa no meio da Av.
Baltazar de Oliveira Garcia, porque é terreno baldio! Por que eu não posso ir
para lá? Eu vou para lá, e já que a nossa Governadora não se interessa por nós,
nós temos que fazer alguma coisa, meus amigos, ou quem sabe convocar os
Vereadores para nós fazermos uma gincana, uma maratona, para correr lá na Av.
Baltazar, para ver como ela está ruim! Não tem mais condições, está horrível; é
terrível!
Hoje completam 173 dias de Governo, e até agora
não foi feito nada, Ver. Dib. E o Ver. Dib, quando era Prefeito, duplicou a Av.
Baltazar, e agora eles a desmancharam, não fizeram nada! E nós, como é que
ficamos? A comunidade, como é que fica? O comércio, como é que fica? Uma boa
parcela da comunidade, de Alvorada, do bairro Jardim Leopoldina, do Rubem Berta
tem passado uma dificuldade tremenda, e essa dificuldade, meus amigos, só quem
mora para aqueles lados é que sabe como é difícil transitar na Av. Baltazar.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador Brasinha, nunca vai ser
possível calcular o custo social dessa obra muito mal projetada, muito
mal-iniciada. As pessoas que perderam horas e horas de tempo nos ônibus, os
acidentes que aconteceram, pessoas que morreram, os comerciantes que tiveram
que encerrar as suas atividades, isso nunca vai poder ser calculado! É uma
pena, profundamente lastimável!
O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado, Ver.
Dib.
O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Brasinha, também para rememorizar
que no final do ano passado, pela CEDECONDH, nós estivemos numa audiência com o
Prefeito Fogaça, no dia 28 de dezembro, mais precisamente, porque a Governadora
estava para assumir e dissemos: “Prefeito, nós precisamos que o senhor lidere
uma ida até a Governadora para que se façam as medidas necessárias para a
retomada da obra da Av. Baltazar!” Pois até hoje estou aguardando a reunião do
Prefeito com a Governadora. Eu não sei se o Prefeito não tem força ou tem pouco
prestígio ou a Governadora é arrogante e não quer dar retorno, não se importa
com o povo de Porto Alegre!
O SR. ALCEU BRASINHA: Vereador
Todeschini, nós também tivemos uma audiência com o Prefeito que liderou essa
audiência. Tivemos também com o Secretário Zacher e ele prometeu que dentro de
poucos dias estaria formando uma comissão e nós iríamos ao Rio de Janeiro para
resolver o problema, e o problema não foi resolvido até agora. Vereador, amigo,
Mauro Pinheiro, que é lá daquela banda, eu quero te convidar, Vereador, para
nós participarmos, começarmos a caminhar na Av. Baltazar. Não tem jeito meu
amigo, não sai a obra! O que está acontecendo? Faltam 192 dias para terminar o
ano, daqui a pouco ele termina e a Av. Baltazar continua na mesma coisa. Aí,
meu amigo, vou dizer um detalhe: a Av. Baltazar de Oliveira vai sair só em
2010, porque do jeito que está, não tem condições! Se começar hoje, vai levar
um ano e meio para terminar. E eu quero pedir o apoio do meu querido amigo
Vereador Luiz Braz, a quem admiro tanto, competente, realmente, pedir o seu
apoio para, junto comigo e o Ver. Sebenelo... Nós pedíamos votos para a Yeda, e
agora eu peço: pelo amor de Deus, Yeda, olha para nós!
O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Brasinha, eu acredito que nós temos de
solicitar para que o Presidente da República diga de onde ele tirou aquele
dinheiro para dar 140% de aumento para os CCs, ou, de repente, aqueles dois
bilhões de reais que o PT mandou para o Exterior e que até agora não retornaram
para cá, porque aquele dinheiro, de repente, se fosse mandado para cá,
facilmente faria aquela obra da Av. Baltazar de Oliveira Garcia. Então, acho
que menos roubo, menos desvio de dinheiro, mais seriedade com as administrações
públicas e, com certeza absoluta, a Governadora e o Prefeito vão cumprir as
suas obrigações aqui.
O Sr. Mauro Pinheiro: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Hoje estive em uma reunião no Colégio São
Francisco com vários representantes da Câmara Municipal e, mais uma vez, os
representantes do Estado, que lá estiveram, pediram prazo, novamente mais
prazo, e disseram que até agosto vai se ter uma solução. Em cada reunião que eu
participo com os representantes do Estado, pedem um novo prazo, e toda vez tem
prazo, prazo, porque o Governo do Estado realmente não quer entrar com a
parcela que lhe é devida, que ele tem que colocar. O Governo Federal já está
fazendo a sua parte, o dinheiro já está no BNDES e a contrapartida do Governo
do Estado é que não vem. Pelo o que o Ver. Luiz Braz colocou, acho que vamos
ter que fazer uma economia de Prefeito, Governador, e o Lula vai ter que
comandar o Estado, a Prefeitura, porque tudo é o Governo Lula que tem que
fazer. Acho que cada governante tem que fazer o que é de seu direito e de sua
obrigação!
O SR. ALCEU BRASINHA: Para concluir,
Presidenta, quero dizer para os amigos, Ver. Adeli, Ver. Oliboni, Dr. Goulart,
Ver. Bernardino, Ver. Haroldo de Souza, todos os Vereadores, quero convocar
vocês para nos ajudarem, vamos lá para a Av. Baltazar de Oliveira Garcia, vamos
caminhar lá e vamos encampar a Av. Baltazar de Oliveira Garcia, porque ela tem
que funcionar, minha gente! Pelo amor de Deus, olha para nós, Yeda!
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Encerrado o
período de Comunicações.
A Verª Maria Luiza está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. MARIA LUIZA: Boa-tarde a
todos, ao cumprimentar a nossa Presidenta Maristela Meneghetti, cumprimento
todos os Vereadores, Vereadoras, nosso público presente, nossos telespectadores.
Venho a esta tribuna hoje para destacar a importância da realização, em nosso
Município, do 6º Encontro Internacional do Terceiro Setor – Economia Social,
que será realizado no Centro de Eventos da PUC, nos dias 25, 26 e 27 de junho.
O evento irá discutir políticas públicas nas mais diversas áreas e contará com
a participação de vários países. É importante destacar que este evento agrega
como principal ponto a discussão do Terceiro Setor, o qual abrange ações
públicas que saem do domínio estatal e acabam sendo desempenhas pelas
organizações não-governamentais, a sociedade civil organizada que surgem da
iniciativa de pessoas ou grupos que têm por finalidade colaborar com a solução
de problemas da comunidade através da organização de serviços ou de programas
que atendam as mais diversas necessidades.
Não poderia deixar de fazer aqui, nesta tribuna,
um contraponto a uma situação lamentável, pois enquanto uma parcela da
sociedade civil organizada se une para dar conta da ausência das mais diversas
políticas públicas, o cenário no Brasil, infelizmente, aponta constantes
corrupções que desaceleram o crescimento do País, distanciando cada vez mais a
justiça social, enfraquecendo as políticas públicas e colocando em descrédito a
classe política. Diante de tantos acontecimentos de impunidade e o vasto tempo
utilizado para averiguações, nada mais coerente que as irregularidades
políticas sejam apuradas pelo Poder Judiciário, desarmando, assim, o que muitas
vezes se cria, que é o corporativismo, que acaba instalando e
prejudicando os que realmente se interessam em fazer política com seriedade. O
povo está desacreditado, e é necessário que haja a retomada de valores, pois o
que a sociedade vive hoje, infelizmente, é o derradeiro da impunidade que
coloca em risco, sem sombra de dúvida, o crescimento do nosso País.
Então, aproveito este espaço na tribuna, hoje,
para chamar a atenção para esse Encontro Internacional que ocorre na PUC, na
segunda-feira, na terça-feira e na quarta-feira, uma discussão extremamente
importante, porque, nos últimos 20 anos, no Brasil, é crescente o número de
organizações não-governamentais que acabam dando conta, muitas vezes, da
ineficiência das políticas públicas existentes no nosso Município, no nosso
Estado e no nosso País. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Verª
Maria Luiza.
O Ver. José Ismael
Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Srª Verª
Maristela Meneghetti, Presidenta da nossa Sessão neste momento; nobres
Vereadores, Vereadoras, público que nos assiste, imprensa, TVCâmara, está-se
realizando hoje um evento que eu acho muito importante, patrocinado pelo Poder
Público Municipal, que é o 1º Fórum Estadual de Habitação de Interesse Social.
Isso vem muito ao encontro das necessidades que o País tem quanto à habitação,
principalmente daquela camada mais carente e que ainda não tem a sua casa
própria. São mais de 8 milhões de déficit habitacional; são mais de 15 milhões
de pessoas que não têm o que se pode chamar de uma moradia digna para que uma
família possa morar e educar os seus filhos.
Eu
estou trazendo isso a propósito, porque nós solicitamos ao nosso Deputado
Federal Onyx Lorenzoni, nos debates que nós tínhamos, quando víamos dois
entraves muito grandes desses projetos em andamento do Governo Federal, através
da Caixa Econômica Federal, que é cobrar daquele que mais precisa da casa
própria, através de cooperativas, principalmente daquele que não pode usar o
seu Fundo de Garantia. E também aquele indivíduo que não tivesse todas as
negativas possíveis, impossíveis e imaginárias não podia se inscrever, ou não
pode se inscrever ainda, não pode ser premiado nesses programas de interesse
social. Pedimos ao nobre Deputado, e ele nos mandou uma comunicação de que
protocolou dois Projetos de Lei, justamente atendendo a essas duas necessidades
básicas, para esses programas sociais poderem se desenvolver. Uma delas com respeito
ao cooperativado, o qual, tendo crédito no Fundo de Garantia, poderá usar esse
Fundo como contrapartida do pagamento, como entrada ou para quitação da casa
própria, o que hoje está sendo vedado às cooperativas. O segundo Projeto de Lei
- esse é o Projeto nº 1.200/2007 - e o outro Projeto, nº 1.189/2007. Com
relação a esses Projetos, por exemplo, se o nosso trabalhador que ganha um
salário mínimo ou que ganha até três salários mínimos tiver um problema no
Serasa - eu imagino que esse cidadão não vá sair nunca mais do Serasa, pois há
muitas dificuldades para tal -, seja lá o que for, ele está proibido de se
inscrever num programa de aquisição de casa própria.
Então esse Projeto do nobre Deputado Federal,
atendendo ao nosso pedido, faz com que todos os pleitos, todos esses programas
sociais, via cooperativas habitacionais, oportunizem que as pessoas, ao se
inscreverem para aquisição da sua casa própria, não tenham necessidade de
apresentar essas negativas, porque a própria garantia desses empréstimos, seja
lá o que for, os financiamentos desses programas, é a própria casa, a própria
moradia dele. Agora, interesse social é moradia para aquele que realmente não
pode comprar, pagar a sua moradia. Nós estamos exigindo um monte de coisas,
dizendo que existe aqui o programa, existe o dinheiro, mas o cidadão está
proibido de tirar o dinheiro para ter a sua casa própria. No que diz respeito a
essas cooperativas - que eu já fundei algumas, sou engajado nesses programas -,
eu afirmo: a família que investe num programa em que ela se propõe a buscar a
casa própria tem uma inadimplência muito pequena.
Então vamos realmente fazer um programa de
interesse social. Esses dois projetos do Deputado Federal virão para abrir esse
entrave, esse gargalo da própria Caixa Econômica Federal, em que o pobre
trabalhador poderá usar o seu Fundo de Garantia para a casa própria, através de
cooperativas também! Por que não? E se ele tiver problema de Serasa, alguma
negativa, que isso seja relevado em função da casa própria, que é um bem necessário,
um bem social para os nossos brasileiros.
Então eu quero agradecer ao nosso Deputado
Federal, Onyx Lorenzoni, por ter-nos atendido, e talvez isso aí faça com que
mais cidadãos necessitados tenham a possibilidade de adquirir sua casa própria,
por mais simples que seja, mas eu tenho certeza de que, para aquela pessoa,
para aqueles familiares é um castelo encantado. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 2981/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 095/07, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor José Osvaldo
da Silva Salada.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 0519/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 009/07, de autoria do Ver. Elias Vidal, que
condiciona a concessão ou a renovação de Alvará de Funcionamento para o
estabelecimento que exerce as atividades de desmanche, comércio de ferro-velho
ou comércio autopeças usadas, determina critérios para o exercício da atividade
de desmanche, estabelece penalidades à não-apresentação do Alvará de
Funcionamento, revoga a Lei nº 8.753, de 29 de agosto de 2001, e dá outras
providências. Com Substitutivo nº 01(Ver. Adeli Sell e Verª Neuza
Canabarro).
PROC.
Nº 1518/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 046/07, de autoria do Ver. Adeli Sell, que dispõe
sobre o estabelecimento dos espaços públicos e dos horários para o
estacionamento de veículos automotores utilizados para atividades de transporte
de carga mediante pagamento de frete, determina a expedição de alvará de
serviço a esses veículos e dá outras providências. Com Emenda nº 01.
PROC.
Nº 1641/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 052/07, de autoria do Ver. Ervino Besson, que
cria o Recanto Ecológico José Antônio
Lutzenberger, a ser erigido no Parque Marinha do Brasil. Com Emenda nº 01.
PROC.
Nº 2373/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 072/07, de autoria do Ver. José Ismael Heinen,
que proíbe, no Município de Porto Alegre, a utilização de capacete pelo
condutor e pelo passageiro de motocicletas, quando do ingresso e permanência
nos estabelecimentos públicos e privados e quando a motocicleta se encontrar
estacionada, e dá outras providências. Com Emenda nº 01.
3ª SESSÃO
PROC. Nº 3801/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 058/07, de autoria da Mesa Diretora, que cria, no âmbito da Câmara Municipal de Porto Alegre, a Escola do Legislativo Julieta Batistioli, determina seus objetivos, sua estrutura organizacional e a elaboração de seu regimento e dá outras providências.
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ADELI SELL: Verª
Maristela Meneghetti, uma saudação especial pela condução dos trabalhados.
Colegas Vereadores, Vereadoras, cidadãos e cidadãs, Verª Maristela, V. Exª
trabalha no ramo de contabilidade e sabe o quanto é importante a questão da
correção, a questão de as empresas apresentarem notas fiscais, compras, vendas,
transações, duplicatas, tudo registrado na contabilidade. V. Exª sabe o quanto
é importante isso para que o nosso País, o nosso Estado e o nosso Município
possam ter o imposto devido efetivamente recolhido. Nós temos uma grande
concordância - já discutimos isso na Comissão de Economia, Finanças e Orçamento
- de que devemos inclusive diminuir as alíquotas, para que a gente possa ter
condições de efetivamente cobrar os impostos, porque nós sabemos que quanto
menos alíquotas, e com o rigor da fiscalização, o imposto que entra é
garantido.
Ainda
hoje, abrindo os jornais, eu verifiquei que houve o desmantelamento de outra
quadrilha aqui no Estado que fazia as falcatruas com as notas fiscais. Por que
eu falo isso, Vereadora? Porque nós temos um Projeto na Câmara, que trata da
questão dos ferros-velhos. Se nós tivéssemos um padrão, se nós tivéssemos
legislações mais claras... Ontem o Ver. João Dib dizia que eu exagerava no
Projeto, por um conjunto de condicionantes. Tudo bem, pode até ter um certo
exagero. Mas eu também conversei, ontem, com o Secretário Cecchin, e a equipe
técnica da Secretaria vai colaborar conosco para fazer as emendas necessárias.
O Ver. Elias Vidal, há pouco, veio falar comigo, preocupado, porque nós
tínhamos feito um Substitutivo ao seu Projeto sem o consultar. Eu tinha um Projeto
anterior. No dia em que eu o peguei, no meu gabinete, para colocá-lo, numa
casualidade dessas que acontecem uma vez na vida e outra na morte, ele
protocolou outro Projeto.
Todos sabem que eu tratei disto no ano passado,
aqui, mas o meu Projeto tinha problemas de legalidade, Ver. Luiz Braz, porque
ele proibia simplesmente tudo. E isso, na verdade, tinha uma oposição na
Comissão de Constituição e Justiça.
Então, não é um Projeto do Ver. Adeli; eu já
disse isso ontem. Não entendo por que a preocupação. Este é um Projeto também
do Ver. Luiz Braz, que participou ativamente na Comissão Especial, do Ver. José
Ismael, do Ver. Carlos Todeschini, que estava sempre nas reuniões; da Verª
Maria Luiza, que, mal chegando aqui, neste ano, assumindo a sua cadeira, participou
ativamente desses debates. Ou seja, este é um Projeto, Verª Maria Luiza, de
todos nós. Nós temos inclusive que ver se chegamos imediatamente a alguns
acordos. O Sincopeças ficou de fazer emenda, o Sindirepa, etc. e tal, a SMIC.
Quem sabe possamos protocolar em nome de todos os Vereadores que participaram
daquela Comissão? Não estamos aqui para reivindicar que somos quem entende do
assunto, e os outros não entendem nada. Pelo contrário; nós precisamos
dialogar. Inclusive, na semana que vem - estou comunicando aos Vereadores -,
faremos a entrega, no DEIC e na Delegacia de Furtos, desse dossiê, porque foi o
DEIC que nos solicitou antes da abertura dessa Comissão Especial. O Delegado
Ranolfo nos contatou, e nós fomos lá entregar uma cópia deste Projeto. Ou seja,
nós estamos num diálogo com quem, de fato, está tratando do tema. A Assembléia
Legislativa pegou o nosso Projeto e copiou ipsis litteris, com a única
mudança na questão municipal, passando para estadual, mas o resto é cópia. Ou
seja, não tem muita invencionice; tem só que fazer as adaptações. O Projeto do
Senador Tuma é em nível federal; aqui, em nível do Estado; e nós, aqui, em
nível do Município. O Delegado Leão de Medeiros sabe o quanto é importante
tratar isso com quem é do métier. Nós sabemos as regras gerais, mas
temos que ter essa interlocução da viabilidade ou não de um Projeto dialogando com as instituições. Nós achamos que é
fundamental que se dê atenção a esse Substitutivo que está aqui; a Verª Neuza e
eu já conversamos, nós abrimos mão, recolocamos um outro Projeto com uma outra
configuração, desde que não seja para atrapalhar o andamento do processo, pois
também queremos que as coisas sejam efetivamente realizadas.
Quero pedir a atenção
das senhoras e senhores também para o Projeto de estacionamento dos carros de
frete. É um Projeto que discuti com a EPTC, diga-se de passagem, uma das poucas
coisas que consegui discutir com a EPTC, mas acho que vamos ter um apoio muito
grande da população. Lá na Av. Baltazar tem um estacionamento muito inadequado,
e achamos que é possível resolver esse problema, como em parte foi resolvido
aqui na Praça Garibaldi. Quero pedir a atenção das senhoras e senhores, em
especial do Ver. João Dib, que tem levantado alguns questionamentos. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste): O Ver. Márcio Bins Ely está com a
palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. João Antonio Dib está
com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, na Pauta, hoje, há seis Processos. Temos
muitas leis neste País e devíamos ter a preocupação com o cumprimento da lei;
não com novas leis. Depois da Constituição de 1988, a Constituição Cidadã,
fizeram mais de um milhão de leis neste País. Somadas todas elas não dariam os
Dez Mandamentos da Lei de Deus. Seria mais fácil obedecer aos Dez Mandamentos e
ser um bom cidadão, um bom pai, um bom filho do que fazer leis que não são
cumpridas.
A Câmara de Porto
Alegre está fazendo, num Projeto de Resolução, uma Escola do Legislativo, e eu
não tenho nenhuma contrariedade, pelo contrário, fico satisfeito com que isso
ocorra, mas o nome não está do meu agrado. Pode ser Escola Legislativa da
Câmara Municipal Julieta Batistioli. Não tenho nada contra o nome dela, mas
aqui dá a impressão de que a Julieta Batistioli tem um Legislativo. Então chamo
a atenção disso, até porque eu gosto muito de ouvir os Vereadores falarem em
Orçamento, em superávit primário, em déficit. Hoje, eu leio no jornal Correio
do Povo que a dívida pública brasileira interna e externa é de um bilhão e 300
milhões de reais, sendo que a dívida interna é quase um bilhão e 200 milhões de
reais, e só no mês de maio essa dívida aumentou em 20 bilhões. Todos os dias,
podemos ler nos jornais que o superávit primário do Governo Federal é de 5%,
meta definida pelo Fundo Monetário Internacional, para que ele possa continuar
fazendo as suas operações. Quer dizer, o superávit primário não significa de
forma nenhuma sobra de dinheiro. E eu vejo os Vereadores aqui reclamando e
dizendo: “Mas se tem superávit...” Assim eu vou ficar contente que os próximos
Vereadores, os que se candidatarem a Vereadores vão saber o que é Orçamento. O
Orçamento é um momento importante da Cidade que ocorre todos os anos, como o
Plano Diretor que deveria ocorrer, a cada três anos, em média, a sua revisão e
reavaliação.
Então, dessa forma,
quero deixar a minha satisfação pelo Projeto de Resolução da Mesa, só que eu
gostaria que o nome fosse Escola Legislativa da Câmara Municipal Julieta
Batistioli. Não tem problema nenhum. Esse nome aqui não liga, não vincula a
Casa do Povo de Porto Alegre. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Maristela Meneghetti): O Ver. José Ismael
Heinen está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOSÉ ISMAEL
HEINEN: Exma Srª Presidenta desta Casa, Verª Maria Celeste; nobres Vereadoras e
Vereadores, estamos vindo aqui hoje para esta discussão preliminar de Pauta,
pois estamos encaminhando um Projeto de Lei do Legislativo, de nossa
autoria, sobre o uso dos capacetes pelos motoqueiros. Hoje, essa profissão está
sendo muito usada, principalmente, com o capacete, para assaltar postos de
gasolina, supermercados, minimercados, lojas, transeuntes, e o malfeitor está
se escondendo atrás desse capacete.
Então é uma Lei que estamos propondo a esta
Casa, no sentido de que o motociclista, ao estacionar a sua moto, tenha de,
necessariamente, tirar o capacete, se identificar. Da mesma forma, em outra
situação – isso em qualquer situação -, parou a moto em qualquer
estacionamento: tem de tirar o capacete. E a segunda situação é em postos de
gasolina, local onde ele não pode adentrar com a moto e o capacete; ele tem de
parar a moto antes e tirar o capacete. Isso, logicamente, vai fazer com que
inibamos um pouco mais esses assaltos. O capacete faz o quê? Anula as câmeras,
faz com que ninguém possa visualizar aquele assaltante rápido, aquele
assaltante de esquina, aquele assaltante que entra, que, maldosamente, está
mascarado, amparado na Lei do Capacete. Com certeza, não vamos resolver o
problema desses assaltos, mas vamos inibi-lo, diminuí-lo! Eu pediria a
compreensão dos senhores quanto a este Projeto de Lei, a devida atenção, o
devido carinho; se for necessário, construímos mais alguma coisa juntos, porque
a violência no nosso País, na nossa Cidade, no nosso Estado - não existe mais
área urbana ou área não-urbana - está generalizada! Então nos chamou a atenção
esse ponto vendo imagens em que a maioria dos assaltos a supermercados, a postos
de gasolina é realizada por motoqueiros de capacete. Vamos nos colocar no lugar
do frentista de um posto de gasolina toda vez que chega um motoqueiro. Vamos
nos colocar na posição daquele empregado, no supermercado, que fica lá na
frente, ao ver um indivíduo entrar com um capacete na cabeça. Tenho certeza de
que isso vai fazer com que a gente dê mais garantias ao trabalhador, ao
atendente e também à população, porque ao menos poderemos identificar melhor
aquele que comete ou infringe a lei, um assalto, um homicídio, ou seja lá o que
for. Diante disso, tenho a certeza de que terei a colaboração dos senhores,
será um Projeto nosso, para que a nossa Cidade possa continuar a ter a
qualidade de vida que todos nós queremos, principalmente, no combate à violência.
Esse, sim, é um ato meramente legislativo, que pode ajudar em muito na
diminuição da criminalidade, da violência na nossa Cidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(A Verª Maria Celeste reassume a presidência dos
trabalhos.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Aldacir
Oliboni está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver.
Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O
Ver. Elias Vidal está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ELIAS
VIDAL: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
também as pessoas que estão nos assistindo pelo Canal 16 da TVCâmara, público
que nos assiste, eu venho a esta tribuna, para fazer aqui o registro de um
Projeto que protocolamos nesta Casa, está correndo a 2ª Sessão de Pauta e fala
sobre o desmanche dos automóveis, carros roubados, ferros-velhos, enfim, sobre
essa situação grave que muito nos aflige aqui em Porto Alegre. Um Projeto que,
com certeza, não vai resolver cem por cento dessa problemática, mas eu acredito
que nós precisamos, como legisladores, tentar dificultar, tanto quanto
possível, essa prática de roubo de carros. Não se trata apenas da perda do bem,
mas, sim, o que é muito mais grave, da perda da vida – quando acontece -, que é
muito mais do que um automóvel, muito mais do que um bem material. Então, este
Vereador trouxe a esta Casa um Projeto que, no nosso entendimento, cria alguns
obstáculos a mais do que a Lei que ainda vigora, uma Lei de alguns anos atrás. Nós
nos preocupamos com o crescente roubo, com a crescente receptação de carros
furtados, de material roubado, de fios da rede elétrica, que trazem a
iluminação para a nossa Cidade, aumentando a insegurança, aumentando o medo,
porque, na escuridão, a violência aumenta muito mais do que o normal. Mas
também há um Substitutivo ao nosso Projeto, apresentado pelo Ver. Adeli Sell e
pela Verª Neuza Canabarro. Eu estava conversando com o Ver. Adeli Sell, que é
um guerreiro nessa área, é um homem com muita sensibilidade e luta contra esse
tipo de prática, que tem experiência - até porque foi Secretário de uma
Secretaria que é responsável por esse setor -, na tentativa de nós aglutinarmos
os dois Projetos, porque o Ver. Adeli Sell e a Verª Neuza Canabarro apresentaram
alguns itens que, com certeza, enriquecem o Projeto. Penso que o nosso já é uma
versão bem melhor do que o que tínhamos e acredito que o Ver. Adeli Sell e a
Verª Neuza Canabarro, com a sensibilidade e experiência que têm, também, no
Substitutivo, apresentaram alguns itens que o meu não contemplava. Mas,
conversando com o Ver. Adeli Sell, acreditamos que vamos fundir os dois e fazer
um terceiro, aproveitando os pontos positivos que vemos no nosso Projeto.
Estive lendo com muita atenção todos os detalhes, no Substitutivo. Vi que
alguma coisa que nós deixamos de fora o Ver. Adeli Sell e a Verª Neuza
Canabarro, com um bom entendimento e com sensibilidade, colocaram neste Projeto
deles.
Mas eu penso, Ver. Adeli Sell, que, nessa soma
de experiências, nessa soma de visibilidade, com o apoio desta Casa, nós vamos
nos fortalecer, e esta Casa vai dar a Porto Alegre um respaldo maior, um
respaldo melhor no sentido do combate ao roubo, à receptação de materiais. Faz
dois meses que roubaram o carro de um sobrinho meu, aqui na Zona Norte. Ele
levou um tiro, levaram o seu carro, e ele não achou até hoje o seu automóvel.
Se não houvesse a comercialização de peças no submundo, nos desmanches, eu
acredito que esse tipo de prática não aconteceria. Meu sobrinho teve sorte,
porque a bala passou de raspão, a três metros dele, e não o pegou. Eu disse
para ele: “Você saiu no lucro, porque saiu vivo”. Ele ficou muito triste,
porque ele, um técnico de enfermagem, vinha trabalhando há vários anos para
comprar o seu carro; não era um carro novo, mas era um carro muito bom, do ano
de 2000, 2001, e o carro era o xodó dele, que o cuidava como uma coisa muito
especial. Ele é aquele tipo de garotão que, todo dia, fazia alguma coisa pelo
carro. Ele ficou extremante triste, entrou em depressão! Nada que façamos vem a
reparar esse tipo de trauma, esse tipo de tristeza e, de certa forma, de
revolta. Acho que esta Casa vai ter sensibilidade para que estes Projetos
cheguem a tempo de podermos ajudar um pouco a nossa Cidade, o nosso Município.
Penso que já há muito tempo deveríamos ter feito algo nesse sentido. Mas a
ousadia está crescente, o consumo de drogas e a violência vêm aumentado cada
vez mais, e nós precisamos correr para ajudar a nossa Cidade.
Fiquei muito feliz com a conversa que tive com o
Ver. Adeli Sell no sentido de que vamos juntar forças para que a Cidade seja
beneficiada e parabenizada por esse Projeto, amplamente discutido, até porque
nós tivemos um seminário nesta Casa em relação a isso.
O nosso muito-obrigado, Srª Presidenta.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Solicito que a
Verª Margarete Moraes possa assumir os trabalhos - não há aqui nenhum membro da
Mesa -, e peço licença ao Ver. João Antonio Dib, que é o mais antigo da Casa,
para que, rapidamente, eu possa defender um Projeto da Mesa Diretora.
(A Verª Margarete Moraes assume a presidência
dos trabalhos.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Verª Maria
Celeste está com a palavra para discutir a Pauta.
A SRA. MARIA CELESTE: Srª Presidenta
dos trabalhos, Verª Margarete Moraes; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, não costumo me
inscrever para discussão preliminar de Pauta, Ver. Ervino Besson, que
rotineiramente ocupa esta tribuna para a discussão dos Projetos, mas, como hoje
é o último dia de Sessão de um Projeto de Resolução que cria a Escola do
Legislativo, Ver. João Antonio Dib, me permiti vir a esta tribuna fazer algumas
considerações.
Esse Projeto de Resolução da Mesa Diretora é um
sonho de muitos funcionários de carreira desta Casa e que há muito, Ver. Dr.
Raul, sonham em ter um espaço de formação dentro do nosso Legislativo. Isso só
foi possível com a idéia e a iniciativa desse grupo de servidores, mas também
com uma troca de idéias com o Presidente do Tribunal de Contas do Estado do Rio
Grande do Sul, numa visita que, rotineiramente, esta Casa faz no início da sua
gestão, Ver. João Antonio Dib, e podemos lá, junto com o Wremyr Scliar, conversar e trocar idéias, uma vez
que o Tribunal de Contas já possui uma escola de formação para os seus servidores,
mas também disponibiliza vagas para servidores de outras entidades, inclusive
Câmaras Municipais, Prefeitura Municipal, enfim, na orientação dos dados,
sobretudo no que é pertinente ao Tribunal de Contas. Nós, então, de imediato,
começamos uma conversa, uma troca de idéias, inclusive com o Congresso, com o
Senado, com a finalidade de potencializarmos aqui, na Câmara Municipal, um
convênio com a Associação Brasileira dos Legislativos, lá do Senado, no sentido
de estarmos, neste convênio, criando a Escola do Legislativo, e, mais do que
isso, possibilitando que os nossos servidores, que os nossos Vereadores possam
estar participando de cursos de formação com profissionais do Senado, do
Congresso, do Tribunal de Contas, de todas as Casas Legislativas do nosso País.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Verª Maria Celeste, desde o momento
em que eu li a proposta da Mesa, eu estive solidário. A única diferença é que
eu penso que o nome deveria ser, em vez de “Legislativo Julieta Batistioli” -
não tenho nada contra ela -, “Escola da Câmara Municipal de Porto Alegre
Julieta Batistioli”.
A SRA. MARIA CELESTE: Obrigada, Ver.
João Antonio Dib. Só também gostaria de informá-lo de que todas as escolas dos
Legislativos do nosso País fazem alguma referência a alguma pessoa, enfim, a
alguém especificamente. O nome de Julieta Batistioli foi lembrado por ter sido
ela a primeira Vereadora mulher desta Casa - e a Verª Clênia Maranhão também
está dando o nome dessa Vereadora a uma rua -, ela foi a pioneira nesta Casa, e
também porque neste ano, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, nós comemoramos,
nesta Casa, o centenário de Julieta Batistioli. Temos, inclusive, uma exposição
com fotos, documentos, objetos, doados pela sua família, no sentido de mostrar
para a população de Porto Alegre que esta Casa tem uma Bancada feminina e, mais
do que isso, teve, há muitos anos, uma Vereadora chamada Julieta Batistioli,
operária, uma mulher guerreira que veio do movimento popular e que desenvolveu
todo o seu trabalho possível com desenvoltura nesta Casa.
O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento da oradora.) Agradeço a gentileza do aparte. Não há
pessoa mais admirada nesta Casa do que Julieta Batistioli, por toda a sua saga;
é o exemplo de mulher brasileira e de competência. Tem uma alameda nesta Casa
com o seu nome; tem uma Praça, proposta pela Verª Clênia Maranhão, com o seu
nome, na Hípica, na Zona Sul. A minha proposta é que a Escola se chame Julieta
Batistioli, e que se troque o da alameda, porque nós podemos homenagear outra
mulher ligada a esta Casa, para não se sobrepor o nome em logradouros ou em
espaços desta Casa. Essa é uma proposta que eu faço, e quero cumprimentá-la por
lembrar o nome de Julieta Bastistioli, não só por ser a primeira mulher nesta
Casa, mas como um exemplo de como se faz política por pessoas que, muitas
vezes, não tiveram a graça da formação política, e que hoje a Escola viria a
suprir essa lacuna. O nome é merecidíssimo, essa é a minha proposta.
A SRA. MARIA CELESTE: Muito obrigada,
Ver. Claudio Sebenelo. Acolho a sua proposta, com certeza, e estaremos, logo,
mudando o nome da alameda nesta instituição, se todos os Vereadores assim
concordarem.
Finalizando, Srª Presidenta, quero dizer da
grande alegria de estar implementando este Projeto, nesta Casa, e se
conseguirmos aprovar em tempo hábil, nos 30 ou 40 dias a seguir, seremos a
primeira Câmara Municipal das Capitais do nosso Brasil a ter, de fato, uma
Escola do Legislativo. Portanto, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, mãos à
obra para podermos criar, juntos, a Escola do Legislativo nesta Casa. Muito
obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
(A Verª Maria Celeste reassume a presidência dos
trabalhos.)
O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ADELI SELL: Cara Verª Maria Celeste, colegas Vereadores e Vereadoras, já foi dito
aqui: o que será de nós? O que será da Zona Norte, Ver. Mauro Pinheiro? O que
será dos comerciantes, dos moradores do entorno da Av. Baltazar, e de Alvorada,
Verª Margarete Moraes, com a Av. Baltazar iniciada, como diz o engenheiro e
Ver. Dib, em cinco lugares diferentes, e paralisada, Ver. Brasinha? O que será
desta Cidade esburacada? Parece cratera de vulcão! Não é figura de linguagem; é
a realidade nua e crua! Como também estão hoje os corredores de ônibus:
esburacados, sem a devida conservação. Como também na 3ª Perimetral estão
detonadas muitas das estações! E nada sendo feito! Onde está a fiscalização?
Hoje, nós estamos vendo no jornal uma entrevista com um dirigente importante da
EPTC sobre a bagunça que houve na Cidade, os desmandos que aconteceram na
Cidade. “Não, não é possível, é difícil, não dá!” Para esta Prefeitura nada dá!
Mas disse que daria, e daria mais e melhor! “Mais e melhor” foi uma fantasia
construída numa cidade fantasiosa que seria governada por governantes que têm
fantasias. Mas esta Cidade exige uma postura de governante, de engenheiro, de
articulador, de arquiteto, de médico, de pessoas que possam ver onde está o
problema, onde dói, onde tem a doença, para poder curar, para poder fazer a
reengenharia, para poder mudar a arquitetura. Não, nós temos uma administração
autoritária, que olha tudo de cima para baixo, que não tem o viés do diálogo
com a população!
Há dificuldades, é
claro que há exceções. Eu sou obrigado aqui a dizer, Ver. Guilherme, V. Exª que
também se envolveu na questão do Conduto Forçado: o DEP esteve lá hoje, aquela adutora
do DMAE que só ia ser feita no dia 28 passou para ser feita hoje. Poderia ter
sido feita antes, faltou planejamento, faltou organização! A Prefeitura, quando
se confronta com outra instituição, nada diz, nada faz. Diz que a BrasilTelecom
atrasou em 90 dias as obras daquela esquina. Mas o que é isso? A BrasilTelecom
é uma empresa privada, ela tem que fazer o que manda a Prefeitura. A Prefeitura
vai ficar na mão de uma empresa multinacional privada que não cumpre os prazos,
e o povo vai ser prejudicado, Ver. João Dib? Que história é essa? Essa história
está mal contada ou contada às avessas.
Eu também quero
perguntar algumas outras coisas, por exemplo: a PROCEMPA largou aquela famosa
licitação de que eu falei aqui e perguntei ao Ver. Nilo, pois ela deu vazia -
licitação vazia -, por que será? Por que eu dei o nome da empresa que ia
ganhar? Afinal de contas, perguntar não ofende.
E outra coisa, por
que dobraram os estagiários de 2004 até hoje na PROCEMPA? Abriram quantos
telecentros a mais? Pelo que sei, os 33 ou 34, que existiam, continuam, mais ou
menos, no mesmo patamar, e alguns com precariedade de funcionamento. Onde estão
esses estagiários afinal de contas?
Mas não podemos ficar
só nisso, temos que falar da Saúde pública. Nós queremos saber do PSF da Vila
Esmeralda; nós queremos saber do PSF da Vila Castelo; nós queremos saber do PSF
da Zona Norte, Verª Maria Celeste. Como é que está a situação na Vila Asa
Branca? As queixas chegam aqui um dia sim e outro também; reiteradas e
reiteradas.
Com relação ao PACS,
não somos nós que falamos; são os funcionários que vêm aqui e falam, são as
comunidades que vêm aqui e falam.
Hoje, a Verª Clênia
veio falar daquele problema que houve no passado, só que ela falou do outro
lado, falou de uma área que era antigamente do Governo Federal, que pertencia
ao antigo INAMPS. Então, nós temos que botar as coisas no seu devido trilho,
Vereadora, nós não somos daqueles arrogantes e autoritários de dizer que na
nossa época era uma maravilha, o PACS funcionava como uma “brastemp”. Não é
isso que nós estamos dizendo, só que passaram dois anos e meio, as senhoras e
os senhores iam fazer mais e melhor, e estão fazendo cada vez pior, essa é a
dura realidade e tem que ser discutida dessa maneira.
Agora, nós estamos
aqui, sim, para dizer que muitas coisas a gente não fez como gostaria que
fossem feitas, mas a gente fazia, dialogava, conversava, ia às comunidades,
debatia, e não enrolava, porque esse Governo, além de autoritário, é
incompetente e é famoso pela política da enrolação, todo mundo sabe o que
significa isso.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste): O Ver. João Antonio Dib está com
a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu gosto quando, algumas vezes, eu digo
que deveríamos ter um menor número de Vereadores para que a Casa andasse
melhor. Alguns ficam muito brabos, mas eu gosto muito disso. Eu tenho absoluta
convicção do que eu falo, até por experiência.
Eu tenho aqui, em minhas mãos, um Projeto de Lei
de 1981, da então Verª Jussara Gauto. A Verª Jussara Gauto teve o seu Projeto
anunciado no dia 28 de abril de 1981, e queria diminuir o recesso parlamentar.
A 1ª Sessão de Pauta foi no dia 04 de maio; a 2ª Sessão de Pauta foi no dia 08
de maio; a 3ª Sessão de Pauta foi no dia 11 de maio; a 4ª Sessão de Pauta foi
no dia 13 de maio; a 5ª Sessão de Pauta foi no dia 18 de maio. A Comissão de
cinco Vereadores se reuniu, deu Parecer, apresentou três Substitutivos e no dia
25 de junho de 1981, depois de correr por todos os trâmites - passar pela
Procuradoria, passar por cinco Sessões de Pauta -, examinados os Substitutivos,
o Projeto foi rejeitado. A Verª Jussara Gauto, em 1981, já estava pesando em
diminuir o recesso. E, curiosamente, na época, o Ver. Brochado da Rocha, um dos
integrantes da Comissão, falava que era para que nós tivéssemos o mesmo período
que a Assembléia Legislativa.
Há alguns anos, eu apresentei um Projeto nesse
sentido, para diminuir o recesso. É claro que eu precisava ter 11 assinaturas e
as tive, mas, na hora da votação, o resultado foi de 21 votos Não contra 05
votos Sim. E alguns votaram favoravelmente o Parecer, e, no plenário, votaram
contra, e os outros saíram do plenário.
E agora, depois de mais ou menos um ano de
discussão se “é meu, é teu, é de não sei quem”, o novo Projeto será votado, nos
próximos dias, em segundo turno, conforme determina a Lei Orgânica. Mas a Lei
Orgânica diz que aos domingos, aos feriados e aos sábados a Câmara não
trabalha. Então, foi feita uma Emenda, por parte deste Vereador, encerrando as
atividades da Câmara no dia 22 de dezembro. Mas uma outra Emenda, que foi
aprovada, inicia as atividades no dia 1º de agosto até dia 31 de dezembro, e de
1º de janeiro a 3 de janeiro. Mas a Lei Orgânica continua dizendo que em
feriados, domingos e sábados a Câmara não trabalha. É por isso que, se nós
tivéssemos 21 Vereadores, nós teríamos que andar com muito mais pressa para
resolver as coisas; então, nós resolveríamos. Ontem mesmo eu via na Comissão do
Senado, que trata do problema Renan Calheiros, um Senador dizendo que, quando
quiserem não resolver alguma coisa que se nomeie uma comissão muito grande, e
eu acho que, de vez em quando, é o que acontece nesta Casa. Nós temos muitos
Vereadores, muitos Projetos de Lei, alguns sem sentido nenhum, alguns
profundamente desnecessários, outros repetitivos. E nós continuamos com 36
Vereadores, e eu acho que 21 davam conta de tudo, e talvez fosse até melhor com
11 Vereadores.
Portanto, eu quero dizer que o Tribunal de
Contas do Estado tem sete Conselheiros, tem mais ou menos o mesmo número de
servidores que esta Casa tem e analisa 496 contas de Prefeituras, 496 contas de
Legislativos; a Assembléia Legislativa, mais as Fundações e órgãos outros que
são vinculados ao Governo; são sete Conselheiros. Nós temos 36 Vereadores,
enquanto a Assembléia Legislativa tem 55 Deputados para cuidar de 280 mil
quilômetros, que tem o Rio Grande do Sul e nós não chegamos a ter 500
quilômetros quadrados. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta,
Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e
senhores, a sociedade brasileira está sendo vítima de um dos maiores golpes
perpetrados contra ela nos últimos tempos, e eu acredito que em toda a sua
história. Imaginem que, por causa das dívidas do PT, cerca de 140 milhões em
matérias de dívidas, por causa das últimas campanhas, o Presidente da República
resolve aumentar os rendimentos dos CCs em 140%, porque este aumento vai fazer
com que também as contribuições partidárias desses CCs - porque são, na
maioria, na verdade, ligados ao Partido dos Trabalhadores - também sejam na
mesma ordem.
Se o País tivesse dinheiro, nada de mais;
poderia aumentar o rendimento dos CCs em 140%. Só que aumentou os rendimentos
dos CCs e não deu nada de aumento para os funcionários públicos de carreira.
Isso fez com que os funcionários públicos da União ficassem extremamente
insatisfeitos e algumas crises acabaram se estabelecendo, prejudicando em
demasia toda a sociedade brasileira, por exemplo, os fiscais da União estão
paralisados, estão em greve. Isso faz com que as exportações - e nós vivemos em
um Estado exportador - estejam completamente paralisadas. Temos cerca de 140
milhões em mercadorias que estão lá esperando os fiscais da União, sem que
esses fiscais dêem o seu aval para que essas mercadorias possam sair do País.
Imaginem o prejuízo para um Estado como o Rio Grande do Sul, essa paralisação!
Se não fosse só isso, nós temos ainda aquela
crise que envolve toda a aviação. E aí nós temos aqueles profissionais, também
ligados a essa área e que também não se viram contemplados com aumentos - como
aconteceu para os CCs -, e esses controladores de vôo acabaram também fazendo
com que uma certa operação padrão se fizesse sentir em todo o Território
Nacional, prejudicando toda a sociedade mais uma vez. Aliás, essa operação
padrão, e esses problemas que se fazem sentir, dos controladores de vôo, por
causa do Presidente da República e da sua equipe, acabaram ocasionando aquele
desastre da Gol, que acabou matando muitas pessoas, foi o maior desastre de
aviação que nós tivemos em todo o nosso País. Então, gente, claro que é culpa
do Presidente da República e do seu grupo de ação, porque é exatamente por
causa disso que os controladores de vôo estão nessa operação padrão. Ou todo
mundo está batendo palmas para esse aumento de 140% para os CCs? Eu peço que os
senhores e as senhoras raciocinem, imaginem se, aqui, no Município de Porto
Alegre, o Prefeito Fogaça desse um aumento para os CCs de 140% e deixasse os
funcionários públicos do quadro sem nenhum tipo de aumento. O pandemônio que
seria, como estaria a Bancada do PT se revezando nesta tribuna para atacar o
Prefeito Fogaça!
Isso é um banditismo feito contra a sociedade!
Isso tem que ser punido! Aliás, eu acredito que, neste nosso País, entre esses
que ocupam cargos do Executivo e entre alguns daqueles lá do Legislativo e
alguns líderes também do Judiciário, muito ligados ao PT, eu acho que já
mereceríamos ter algumas punições, para darmos exemplo de que nós queremos
fazer com que este País possa ser um País decente. Mas, infelizmente, o
Presidente da República, para resolver problemas de caixa do seu Partido,
resolve dar 140% de aumento para os CCs, para os seus Cargos de Confiança! Uma
vergonha nacional! Algo que um dia a história irá, se Deus quiser, escrever
para as gerações futuras, para que possam saber quem é esse grupo que,
infelizmente, está dominando o País neste período.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Havendo quórum
para a discussão de Projetos e para a votação também, passamos à
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Solicito que as Lideranças se aproximem da Mesa para que possamos verificar se
há consenso na discussão deste Projeto apresentado. (Pausa.)
Acordado, então.
DISCUSSÃO GERAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 2124/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 082/05, de autoria
dos Vereadores Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib e
Neuza Canabarro, que altera a Resolução Nº 1.178, de 16 de julho de 1992, e
alterações posteriores, Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre, dando
nova redação às alíneas “e” e “f” do inciso I, “c” e “d” do inciso II, ambos do
art. 148, ao caput do art.151, ao art. 152 e ao § 2º do art. 158, que
tratam da discussão preliminar de Pauta.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Paulo Odone: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Carlos Comassetto: pela rejeição do Projeto;
- da CECE. Relatora
Ver.ª Maristela Maffei: pela rejeição do Projeto;
- da CEDECONDH.
Relatora Ver.ª Margarete Moraes: pela rejeição do Projeto;
- da COSMAM.
Relator Ver. Aldacir Oliboni: pela rejeição do Projeto.
Observações:
- discussão geral nos termos do art. 126,
§ 1º, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia em 14-08-06.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Passamos
à discussão do Projeto de Resolução nº 082/05 de autoria da Verª Clênia
Maranhão e de outros co-autores.
Este Projeto altera a Resolução nº 1.178, de
16-07-92, alterações posteriores (Regimento da Câmara Municipal de Porto
Alegre), dando nova redação aos artigos nº 148, 151, 152 e 158 que tratam da
discussão preliminar de Pauta.
O SR. NEREU D'AVILA: Srª Presidenta
da Casa, Verª Maria Celeste; demais Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e
senhores, são 17 horas e 45 minutos, e somente agora adentramos a Ordem do Dia,
que, no meu entendimento, é o principal eixo de uma Casa Legislativa. Por quê?
Porque na Ordem do Dia discutimos as matérias provindas do Executivo, os
Projetos oriundos dos Srs. Vereadores e até, se for o caso, e é permitido pela
Lei Orgânica, um processo de origem popular, feito através de assinaturas,
conforme o caso. O que tem ocorrido e, por isso, estamos discutindo este
Processo, que é um Projeto de Resolução, que tem data de 1º de abril de 2005,
portanto, em 1º de abril de 2007 fez dois anos, que tem a prover-lhe a
legitimidade de propositura os ilustres Vereadores: Clênia Maranhão; Dr.
Goulart; Ibsen Pinheiro, que já é Deputado Federal. E esse Processo, recém
hoje, está entrando em discussão; João Antonio Dib; Neuza Canabarro. Eu não
assinei, mas assinaria agora, porque concordo integralmente, porque o que ocorre
hoje é um exemplo de que devemos aprovar este Processo. Por quê? Porque a
alteração que este Projeto traz, na Resolução n.º tal, que é o Regimento, é uma
inversão: em vez de vir primeiro a Pauta - como hoje foi e atrasou novamente a
Ordem do Dia, repito, que entramos agora -, se for aprovado este Projeto,
primeiro teríamos a Ordem do Dia e, depois, a Pauta. Parece uma alteração
pequena, mas não é. É uma alteração, no meu entendimento, muito oportuna.
Primeiro, porque eu acho que a Ordem do Dia é o período mais importante desta
Casa. Hoje, é quinta-feira, mas nas segundas-feiras, há homenagens, há Tribuna
Popular, isso, aquilo e aquele outro. Estamos acostumados. Nunca adentramos na
Ordem do Dia antes das 17h30min ou 18 horas, nas segundas-feiras. E hoje é
quinta-feira e é a mesma coisa, são 17h46min, e recém sou o primeiro orador da
Ordem do Dia.
Então, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, nós
temos que ajudar a nós mesmos, ajudar na celeridade desta Casa. Eu não vou
discutir se a Pauta é importante ou não é. Temos até, depois, na reforma geral
do Regimento, que enfocar isso; porque, às vezes, a Pauta tem três, quatro,
cinco dias em que os Vereadores se repetem com os mesmos argumentos. Temos que
ver se a Pauta é amadurecedora ou não, acho que não é. Acho que é muito longa,
mas esta é outra discussão. O fato é que este Projeto não extingue a Pauta,
apenas coloca a Pauta depois da Ordem do Dia. Eu acho isso importante.
Se
estivesse valendo este Projeto, se ele já tivesse sido aprovado, nós agora
estaríamos discutindo a Pauta, tranqüilamente, e já teríamos provavelmente
votado matérias importantes na Ordem do Dia. Então, Srª Presidenta, chamo as
Lideranças para averiguar, agora, qual seria o projeto que poderia ser
discutido em Ordem do Dia. E aí o que acontece? Às 19h todos nós temos
demandas, temos agendas, enfim, até porque 19h já é horário de encerramento de
expediente, é claro, não que seja aqui uma Casa burocrática, que tenha que
encerrar às 19h; não, eu estou dizendo que normalmente é o horário que todos os
Vereadores já têm que cumprir, enfim, as suas outras agendas.
Então, por isso eu acho que se impõe a troca:
primeiro a Ordem do Dia, depois a Tribuna Popular e, então, a Pauta. Porque
como está hoje, com a Pauta para ser discutida primeiramente, são cinco
Vereadores com cinco minutos cada - vinte e cinco minutos; depois as
Lideranças. Nós temos Sessões nas segundas, quartas e quintas, e o único dia em
que se pode começar, antes, a Ordem do Dia é quarta-feira. Hoje foi um exemplo,
são 17h45min; segunda-feira, a mesma coisa, 17h30min, ou seja, muito pouco
tempo para discutirmos a Ordem do Dia, para discutirmos os principais projetos
da Cidade, os grandes temas da sociedade porto-alegrense, enfim, para tomar
decisões e deliberações. A Ordem do Dia, sem dúvida, é o período mais
importante desta Casa. Eu faria um apelo veemente para que os meus Pares e os
nobres Vereadores se aprofundassem no assunto, porque estamos mudando uma série
de situações; já estamos reduzindo o recesso; já excluímos sessões extraordinárias
enfim, nós estamos acelerando. E o princípio da celeridade legislativa se
impõe, dando prioridade à Ordem do Dia. Portanto, eu acho que esse processo
deve ser discutido; não votaremos hoje, mas devemos amadurecer e partir
imediatamente para a sua aprovação, porque, sem dúvida, estaremos contribuindo
para melhorar os trabalhos legislativos desta Casa.
(Não revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Guilherme Barbosa está com a
palavra para discutir o PR n° 082/05.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Srª Presidenta,
Verª Maria Celeste; colegas Vereadores e Vereadoras, demais pessoas que nos
acompanham, eu sou daqueles que acha que a Discussão Preliminar de Pauta é um
momento importante. É o primeiro contato que nós temos com o Projeto, manifestamos
as primeiras opiniões, acontece um primeiro debate, e depois o Projeto vai para
as Comissões. Esta proposta, na minha opinião, de passar a Discussão Preliminar
de Pauta para depois do Grande Expediente, vai simplesmente acabar
definitivamente com a Discussão Preliminar de Pauta. E a razão é óbvia, Ver.
Nereu D’Avila, inclusive do ponto de vista funcional da Sessão. Quando é que a
Sessão termina normalmente? Quando se verifica que não há mais quórum no
período de votação. Muito bem. Ora, isso vai acontecer normalmente. Portanto,
nós nunca chegaremos à Discussão Preliminar de Pauta. Nunca.
Para mim, a proposta é terminar com a Discussão
Preliminar de Pauta. Eu acredito que a Sessão continuaria, se nós,
posteriormente a esse momento de votação, levássemos junto o Grande Expediente
e o período de Comunicações. Se levarmos juntos esses dois espaços, porque
haverá o interesse de todos nós em fazer discussão, porque são períodos em que
nós abordamos o assunto que estamos trabalhando, que alguém da sociedade traz,
aí sim, fica garantida a continuidade da Sessão. Porque se levarmos apenas a
Discussão Preliminar de Pauta, tchau, nunca mais haverá Discussão Preliminar de
Pauta e, portanto, adiante não teremos mais Projeto para votar.
O Sr. Nereu D’Avila: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exª está sendo muito pessimista ao
dizer que nunca mais haverá Discussão Preliminar de Pauta. Eu quero dizer a V.
Exª que o meu problema não é a questão da Pauta. Eu acho que se V. Exª trouxer
uma forma melhor, retire-se o Grande Expediente ou o inverso do Grande
Expediente. O problema principal aqui, o eixo da questão, o que mais está me preocupando, é uma solução para adentrarmos na
Ordem do Dia mais cedo. Se a idéia de V. Exª for essa, eu concordo. Realmente,
pode-se trocar o Grande Expediente, mas o que importa, Vereador, o fulcro desta
controvérsia é que estamos entrando tarde demais na Ordem do Dia. Obrigado.
O SR. GUILHERME
BARBOSA: Obrigado. É bom o debate. Hoje retardamos,
realmente, para entrarmos na Ordem do Dia, mas tivemos uma homenagem no Grande
Expediente e uma homenagem em Comunicações. No caso das Comunicações, o
Vereador que era o proponente da homenagem, o Ver. João Dib – e isso é
permitido, não estou fazendo nenhuma crítica ao Vereador, isso é assim –, não
era um dos Vereadores listados no período de Comunicações. Então,
acrescentou-se mais um Vereador, e se acrescenta sempre à fala da entidade ou
da pessoa homenageada, e isso é o que tem demorado, na verdade. Na discussão
preliminar de Pauta são apenas 5 Vereadores com 5 minutos cada, então, estamos
falando em 25 minutos, e como algum vai um pouco mais, digamos que a Discussão
Preliminar de Pauta leve, no máximo, 30 minutos. Portanto, na minha humilde
opinião, o problema de haver demora em entrar na Ordem do Dia não é em função
da Discussão Preliminar de Pauta, mas por outras razões, como hoje aconteceu.
Começo a pensar, sim, em apresentar uma emenda, se for o caso, para passar os
períodos do Grande Expediente e de Comunicações para depois da Ordem do Dia,
pois aí vou ter certeza de que a Sessão continuará.
O Sr. Aldacir
Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Também lembrando que a Tribuna Popular é o único espaço que a sociedade tem
para vir aqui e fazer suas reclamações e suas demandas. Se não dermos
oportunidade no início da Sessão, não teria sentido.
O SR. GUILHERME
BARBOSA: Não, isso seria mantido. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste): A Verª Clênia Maranhão está com a
palavra para discutir o PR nº 082/05.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO: Srª Presidenta; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, em abril de 2005, já faz mais de um ano,
nós, um grupo de Vereadores preocupados com a otimização dos nossos tempos aqui
na Câmara Municipal de Porto Alegre, e preocupados em agilizar o processo
legislativo, apresentamos a esta Casa uma proposta de resolução para modificar
a ordem de nossos trabalhos. Eu achei muito importante, na tarde de hoje, nós
começarmos a trocar idéias sobre essa possibilidade. Recordo que esse debate
foi muito incentivado pelos então Vereadores Paulo Odone e Ibsen Pinheiro,
porque eram Parlamentares que tiveram experiências em outros Parlamentos:
Estadual e Federal, e que nos relatavam os mecanismos utilizados para a agilização
dos debates do Parlamento.
Hoje, na Câmara
Municipal de Porto Alegre, nós temos, normalmente, trabalhado a tarde inteira.
O que acontece é que da forma como são organizados os trabalhos do Plenário, o
horário de votação é a última coisa do dia e, muitas vezes, nós temos projetos
importantíssimos para a Cidade e nós não conseguimos chegar nessa etapa do
processo, e, ainda, outras vezes, um projeto importante, por conta do nosso
Regimento, tramita 35 ou 45 dias para chegar aos trâmites normais deste Plenário.
Isso é inadmissível! O que acontece? Nós somos obrigados a recorrer a
mecanismos menos democráticos, o chamado art. 81, sistema de urgência que,
exatamente, não permite a discussão mais democrática nas Comissões Permanentes
da Casa. Assim foi constituído de uma forma que, na verdade, permite um
aceleramento de projetos importantes, o que eu acho que tem prejudicado os
debates num espaço fundamental do Parlamento, que são as Comissões Permanentes.
Além do mais, cada
vez que a gente discute projetos do Executivo nós sabemos que os projetos que,
fundamentalmente, tratam de questões de financiamento, envolvem ou o Banco de
Desenvolvimento, ou acordos internacionais, ou acordo com o Governo do Estado
ou acordo com o Governo Federal e, exatamente, os projetos de financiamento
para a Cidade acabam sendo votados em regime de urgência ou pelo art. 81. Por
quê? Porque os órgãos financiadores têm prazo, tem data, o banco não quer saber
se a Câmara de Porto Alegre faz três Sessões de discussão de Pauta de um único Projeto!
Não quer saber se tem de passar por cinco Comissões Permanentes! Hoje em dia,
com a Internet, com a transparência que a tecnologia e a informação deram à
nossa sociedade, esta realidade do século XXI fez com que os nossos mecanismos
estejam completamente obsoletos! Às vezes, eu me dou o trabalho de, à noite,
ligar a TVCâmara e acompanhar a Discussão Preliminar de Pauta, a discussão dos
Projetos que estão andando na Câmara. É incrível! Um Vereador sobe na tribuna e
fala do Projeto, ele desce; o outro sobe e fala exatamente a mesma coisa; o
segundo, o terceiro, o quarto e o quinto! Porque não tem mais o que dizer sobre
o Projeto, é uma repetição dos mesmos argumentos! Aí, pasmem os nossos
ouvintes: no outro dia, este Projeto volta para a 2ª Discussão Preliminar de
Pauta! Ver. Haroldo de Souza, o que acontece? As pessoas sobem de novo aqui: o
primeiro, o segundo, o terceiro, o quarto e o quinto, repetem os mesmos
argumentos, porque é o mesmo Projeto! E isso acontece três vezes! Aí, as
pessoas acham que esse Projeto está apto para ser votado! Não, ele vai, às
vezes, para as cinco Comissões Permanentes!
Eu acho que é preciso que o Parlamento, sem
romper os espaços democráticos de reflexão e de ausculta da sociedade, agilize
os seus mecanismos, porque, senão, nós vamos ficar completamente defasados em
relação aos procedimentos, hoje, reconhecidos, inclusive, pelos projetos de
qualidade como os processos mais adequados. O Parlamento mudou a sua feição, a
sociedade mudou! E isso acarretou para responder essa preocupação do Ver.
Guilherme Barbosa, que eu considero muito relevante, sobre como garantimos a
discussão preliminar dos projetos, sem que isso faça com que faltem projetos
para a votação.
Na proposta original, que nós podemos,
evidentemente, melhorá-la, diz o seguinte: que não haverá solução de
continuidade para isso. Se o Vereador se omitir de ficar até o final da Sessão
e não der quórum, a sociedade não pode ser prejudicada, e o Projeto,
automaticamente, passará para a segunda Sessão.
Eu acho que é um Projeto que tem de ser muito
bem aprimorado, eu acho que muitas emendas poderão ser acrescentadas. Eu só
acho que tem uma coisa que não pode acontecer, que é deixar como está. Muito
obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
(O Ver. Aldacir Oliboni assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para discutir o PR nº 082/05.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente,
Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, com toda a humildade, eu confesso que subscrevi este Projeto e
voto contra.
No momento em que ele foi feito, está aqui na
Exposição de Motivos, os Vereadores têm conhecimento das proposições desde que
são apregoadas, na data considerada no termo inicial da tramitação legislativa.
Essas matérias, já com o parecer prévio da douta Procuradoria da Casa, são
distribuídas a todos os Vereadores através dos avulsos que circulam antes da
inclusão na Pauta e também antes da inclusão na Ordem do Dia. Isso não acontece
mais, os Vereadores que quiserem saber têm que tirar do computador, e a maioria
dos Vereadores chega aqui sem o material.
Eu tenho dito, reiteradas vezes, que o momento
mais importante da Sessão é a Pauta, é a apresentação dos projetos que
interessam à Cidade, que interessam aos Vereadores, que interessam ao
Executivo, é um momento importantíssimo! E são 25 minutos; talvez, nós devamos
repensar, já que vai haver alteração no Regimento, quem sabe nós tiramos num
dia o Grande Expediente, deixando só dez minutos para um Vereador, um de cada
vez só, e nós resolvemos o problema. Agora, tenho absoluta convicção de que a
Pauta é o momento mais importante da Sessão, é quando todos os Vereadores tomam
conhecimento do que acontece. Quando a Mesa faz o anúncio do projeto, nós nunca
conseguimos entender, muitas vezes são feitos com pressa, e na hora não se pode
pedir.
Portanto, eu assinei, não sei qual foi o
raciocínio que me levou a assinar, mas eu sou, absolutamente, contrário, com
toda a tranqüilidade, com toda a humildade. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Marcelo
Danéris está com a palavra para discutir o PR nº 082/05.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente,
Ver. Aldacir Oliboni; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, me desculpe a
palavra, Ver. Dib, mas bem que eu vi que tinha alguma coisa errada: o Ver. Dib
assinando este Projeto, um defensor do debate da Pauta e tal! Eu sei que a
intenção é boa, não vamos retirar, é importante que a população que nos escuta,
aqui pela TVCâmara, entenda que uma Sessão abre, muitas vezes, com a Tribuna
Popular, ou direto na discussão de Pauta, com cinco inscrições de cinco
minutos; que pode abrir com Grande Expediente, que são duas inscrições, de dez
minutos cada uma; depois vem o período das Comunicações, quando há seis inscrições
de cinco minutos, previamente estabelecidas pela
Mesa Diretora; depois vem a Pauta, e, às vezes, isso tudo faz com que o Ordem
do Dia comece ... O que é a Ordem do Dia? É quando a gente debate e vota os
Projetos. É importante dizer isso para a população entender, porque são
questões regimentais às vezes um pouco complexas. Então, quando entra a Ordem
do Dia para discutirmos e votarmos os Projetos, às vezes entra tarde, como bem
lembrou o Ver. Nereu D’Avila - como hoje, quase às 18h -, e não dá para concluir
o debate nem a votação, prejudicando o andamento de uma série de Projetos. A
intenção é muito boa, não há problemas de mérito na intenção, Ver. Nereu
D’Avila e Verª Clênia Maranhão, que são os Vereadores que estão defendendo aqui
a proposta.
Eu
quero propor, Ver. Dib, que nós mantenhamos a Pauta; é importante, é bom para o
debate, é bom para compreender. Muitos projetos que estavam na Pauta foram
retirados antes de ir para a Comissão, porque foram feitos ajustes, porque, às
vezes, o autor se dá conta de que não era a melhor proposta, de que ela era
repetida; a Pauta dá um espaço para que a Câmara possa debater.
Mas
eu quero trazer a lembrança da Câmara Federal, do Congresso Nacional, que tem
uma Sessão em que pode ser feito o debate de Pauta e de Grande Expediente, Verª
Clênia Maranhão. A Sessão de segunda-feira, no Congresso, que gera uma certa
controvérsia na imprensa, é ordinária, só que não é uma Sessão de deliberação;
é uma Sessão de debate de Pauta, dos debates livres das Lideranças e do Grande
Expediente. Então, acho que a solução não é reduzir a Pauta, e, sim, quem sabe,
aumentar uma Sessão. Pergunto aos Vereadores se não seria interessante nós
termos uma Sessão na terça-feira à tarde ou na sexta-feira pela manhã para
discussão do Grande Expediente, para discussão de outros Projetos, para mais
Comunicações, para períodos de Liderança, e fizéssemos um ajuste no Grande
Expediente da segunda ou da quinta-feira, ou na Pauta da segunda ou da
quinta-feira, desde que preservada na outra Sessão. A gente aumenta o trabalho
da Câmara em uma Sessão sem a obrigação de ter 19 Vereadores presentes;
poderiam ter 12 Vereadores presentes para essa Sessão, que é uma Sessão de
debates de Pauta, de discussão, de Lideranças. Eu acho que seria uma solução
mais razoável, Ver. Dib. Nós estamos aqui na Câmara mesmo, trabalhando,
recebendo pessoas nos gabinetes, discutindo Projetos com a assessoria, com “n”
atividades. Estar aqui no plenário da Câmara para discutir Pauta, para discutir
em Comunicações ou para fazer homenagens em Grande Expediente, numa terça-feira
à tarde, ou de manhã, tanto faz, ou numa sexta-feira de manhã, não causaria
maiores prejuízos e evitaria que se retirasse um período importante de debate
da Câmara, que seria jogar o debate da Pauta para depois da Ordem do Dia,
porque, obviamente, precisaríamos concluir as votações e ter quórum para que a
Pauta viesse a ser discutida naquela Sessão. Eu acho que acontece como o Ver.
Guilherme Barbosa disse: não se chegaria nunca à Pauta, não se discutiria nunca
a Pauta, e aí o debate dos projetos acabaria ficando prejudicado. Acho que
aumentar uma sessão de debate, como faz a Câmara Federal, mantendo as Sessões
deliberativas como estão hoje, vai ser bom para o nosso trabalho aqui e resolve
um pouco esse problema. Acho que temos que dar tempo ao tempo, Ver. Nereu, para
discutir alternativas que resolvam, porque, quero repetir, a intenção é boa; a
solução é que nós temos que ajustar melhor. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Márcio
Bins Ely está com a palavra para discutir o PR nº 082/05.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Exmo Sr. Presidente
Aldacir Oliboni, na pessoa de V. Exª quero cumprimentar os demais Vereadores e
Vereadoras desta Casa, público que nos assiste nas galerias e pela TVCâmara,
senhoras e senhores. Venho a esta tribuna, neste período de discussão, para
tratar do Projeto de autoria dos Vereadores Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Ibsen
Pinheiro, João Antonio Dib e Neuza Canabarro, que altera a Resolução nº 1.178,
de 1992, e alterações posteriores - que nada mais é que o Regimento da Casa -,
dando nova redação aos art. 148, art.151, art. 152 e art. 158, que tratam da
discussão preliminar de Pauta.
Eu gostaria de me somar aqui ao entendimento dos
Vereadores que me antecederam, que têm a compreensão de que este é um Projeto
que tem um objetivo importante, é um Projeto que visa a dar celeridade ao
processo administrativo interno da Casa, com foco, principalmente, nas questões
vinculadas à Ordem do Dia, de aprovação efetiva dos Projetos de Lei. Também
gostaria de me somar aos Vereadores que entendem que talvez não esteja na Pauta
o principal foco que tem retardado as Sessões da segunda-feira e quinta-feira,
para que elas tenham o início da sua Ordem do Dia tão tarde. E também, com o
intuito de fazer em esclarecimento a respeito dos procedimentos da Casa, a
exemplo do Ver. Marcelo Danéris, eu gostaria de, assim que o Ver. Nereu fizer
sua intervenção num aparte, dar prosseguimento.
O Sr. Nereu D'Avila: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Márcio Bins Ely, pelo
aparte; quero ser rápido. Na verdade é o seguinte: nenhum Vereador aqui quer
sacrificar períodos importantes da Sessão. Então uma outra alternativa - o Ver.
Marcelo Danéris trouxe importante contribuição - seria na segunda-feira, por
exemplo, já que nós nunca entramos, antes das 18 horas, na Ordem do Dia, de
suprimi-la. Segunda-feira se cumpre o resto, aí se vota na quarta-feira muito
mais. Essa é outra contribuição boa.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Está aí outra
alternativa, Ver. Nereu. Acho importante também que nós possamos debater outras
alternativas. Essa alternativa da supressão da Ordem do Dia na segunda-feira,
transformando-a em um período mais de discussão e debate, é uma sugestão
importante. Mas eu acredito que talvez a idéia que nós discutimos com a Verª
Clênia Maranhão, que é a Vereadora que subscreve esse Projeto, seja mais
oportuna, no sentido de que se debata e se discuta em Pauta os projetos, por
exemplo, que tramitam na 1ª Sessão, Ver. Dr. Goulart. Então, quando o Projeto
estiver em 1ª Sessão de Pauta, ele será debatido. Na 2ª e 3ª Sessão, talvez não
devessem mais ser debatidos aqueles projetos, para que eles não sejam debatidos
três vezes, e nós possamos ter mais celeridade. Apesar de que, com essa teoria,
em verdade os 25 minutos pontuais - se nós considerarmos que cada um dos cinco
Vereadores que falam em Pauta tem direito a cinco minutos - seriam mantidos.
Eu gostaria só de destacar aqui que, durante a
apreciação desse Projeto, eu me manifestei na Comissão de Constituição e
Justiça acompanhando o Relator, Ver. Paulo Odone, pela inexistência de óbice,
mas, das outras cinco Comissões que avaliam o mérito do Projeto, apenas uma
Comissão se manifestou favorável, que foi a CEFOR. As outras quatro Comissões
da Casa tiveram parecer e acompanharam os Vereadores, pelo menos a maioria
deles, e a Relatoria foi aprovada no sentido da rejeição do Projeto nessas
quatro Comissões.
Então eu acredito que nós tenhamos que tentar
construir, porque nós percebemos aqui que existe todo um clima e um
envolvimento praticamente de todas as Bancadas no sentido de nós darmos
agilidade à Ordem do Dia, de tentarmos construir uma alternativa talvez
vinculada ao período de Grande Expediente, com duas inscrições por Sessão, de
dez minutos cada, ou ao período da Tribuna Popular, ou ao período de
Comunicações, que são cinco intervenções de cinco minutos. Talvez nós
tivéssemos mais produtividade na redução desses períodos do que propriamente na
redução do período preliminar de Pauta, que é aquele momento em que se discutem
os Projetos que tramitam em 1ª, 2ª e 3ª Sessão, e que são, efetivamente, as
contribuições dos Vereadores e das Vereadoras para o andamento da Cidade. Então
a minha intervenção é no sentido de que se procure uma alternativa, que se
caminhe no sentido de uma alternativa, fundamentalmente, na segunda-feira e na
quinta-feira, que são os dias que têm previsão de discussão de Grande
Expediente e de Comunicações, mas que a Pauta não seja jogada para depois da
Ordem do Dia, porque aí eu terei que me somar à intervenção do Ver. Guilherme
Barbosa no sentido de que, realmente, nós estaremos extinguindo a Pauta. Porque
o mecanismo hoje de encerramento da Ordem do Dia, neste Plenário, é o mecanismo
do encerramento por falta de quórum, e, a partir do momento em que se encerra a
Ordem do Dia, dificilmente nós teríamos quórum em Plenário para discutir ou
debater a Pauta, uma vez que a Pauta permite apenas cinco inscrições, de cinco
Vereadores, e, com certeza, dificilmente, nós teríamos a disponibilidade dos
demais Vereadores de estarem presentes, uma vez que a Ordem do Dia, para ser
cumprida, ela teria que praticamente limpar todos os Projetos que estão
vinculados à questão plenária, a não ser que nós tivéssemos um acordo de Ordem
do Dia. Se nós tivéssemos um acordo de Ordem do Dia, encerrado aquele acordo,
nós teríamos a Pauta, do contrário nós extinguiríamos a Pauta. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Aldacir Oliboni): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para discutir o PR nº 082/05.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente,
Ver. Aldacir Oliboni; colegas Vereadoras, Vereadores, nós temos que enfrentar
todas as discussões. Nós podemos discutir se cinco Vereadores discutindo a
Pauta, em três dias sucessivos com a mesma Pauta, é um exagero, mas o nosso
problema não está nos 25 minutos da Pauta. O primeiro problema, qual é? É que,
em regra geral, nós não começamos às 14h; começamos, normalmente, às 14h15min -
já perdemos 15 minutos desse tempo; há interrupções, muitas vezes,
desnecessárias; as homenagens podem ser mais ágeis, sem muitas delongas. Mas
qual é o problema discutirmos mais? Nós temos que discutir alguns Projetos
porque, mesmo estando na Internet, mesmo estando nas Comissões, onde há discussão,
nós temos visto que, de regra geral, as Comissões não se debruçam sobre os
Projetos e não os discutem. É um problema desta Casa, de falta de objetividade,
de perda de tempo com alguns tipos de encaminhamentos. Nós achamos que
discussão de Pauta é importante. Vejam os Projetos de Pauta que nós discutimos
hoje, ensejaram inclusive intervenções de Liderança e em Comunicações,
inclusive um Projeto de minha autoria, porque nós precisamos discutir os
Projetos a fundo. Nós já resolvemos parte dos problemas. Agora acabei de
receber a comunicação que Dawid Kapel é nome de rua em Porto Alegre. Merecida,
não é, Ver. João Dib? Amante da boa música, do tango, empresário que nos deixou
e hoje merecidamente vai ter um nome de rua.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, V. Exª coloca muito bem quando
diz que outros Vereadores tomam conhecimento e passam a se interessar pelos
Projetos que estão apresentados na Pauta, porque é o momento, volto a dizer,
mais importante da Sessão. E me penitencio por ter assinado este Projeto. Eu
estava distraído.
O
Sr. Alceu Brasinha: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli, ouvi o senhor
falando sobre Projetos de ruas. Acho que era bom nós pedirmos uma orientação
para o Ver. Nedel. Ele entende muito de ruas. (Palmas.)
O SR. ADELI SELL: O humor desta
Casa, apesar dos acontecimentos fatídicos, ontem, no monumental Grêmio, está
demais, Ver. Brasinha. Voltando ao tema. Nós achamos que o debate é necessário.
Nós vamos insistir nessa questão para debater as coisas importantes de Porto
Alegre. Pena que a gente não debata tanto! Mas tem outra coisa:
este ano, nós decidimos muitos Projetos; inclusive, na semana que vem, na Mesa
- já discuti na minha Bancada -, nós vamos discutir e votar Projetos, seja de
quem for e de que tipo. Na semana passada, nós derrotamos um Projeto aqui
porque achamos que era inócuo. Não importa! Eu, se perder algum Projeto aqui,
não tem problema: vou refletir sobre por que perdi a votação, vou pensar em
fazer algo melhor, vou me mobilizar junto à população, apresentar um novo
Projeto, apresentar um Projeto de Emenda Popular, enfim. Eu acho que o debate
nunca é demais no Parlamento, eu sou desta opinião.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Aldacir Oliboni): Visivelmente, não há
quórum.
Estão encerrados os
trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão
às 18h21min.)
* * * * *